sábado, 26 de abril de 2014

A Aluna Favorita - Capítulo Cinco




Henry Richelieu

Avisos
Oi, gente. Olha, não vou nem me demorar com desculpas, porque eu simplesmente não tinha uma ideia muito boa pra continuar o capítulo anterior, não tem nenhum outro motivo além desse. 
Eu detesto ser essa pessoa sem compromisso com os leitores e talvez até um pouco desrespeitosa, visto que vocês esperam ávidos pelo outro capítulo, mas eu sinto muito, de verdade. Estou tentando organizar as coisas, pra poder mudar.
Com isso dito, aviso que toda quarta-feira vai ter um capítulo novo desta história aqui. Quanto às outras, eu ainda vou decidir. 
Sobre o capítulo... Bom, acho que a partir daqui, a história vai mudar completamente, então esqueçam aquela outra versão. E, claro, neste capítulo, o Henry começa a aparecer. 
Enfim, é isso, meus queridos!
Muito obrigada por lerem os avisos, beijinhos e boa leitura! <3

[A imagem do capítulo vai estar aqui, quando estiver pronta]

Cherrie acordou no meio da madrugada, sem ter muita certeza de como havia chegado em seu quarto. Seu cabelo estava desgrenhado e sua maquiagem estava escorrida, marcando os caminhos que suas lágrimas tinham seguido.
Suas mãos tatearam a cômoda no escuro, em busca de seu despertador: eram quatro horas da manhã. Mesmo que ela quisesse voltar a dormir, seu corpo forçou-se a se levantar e a tomar uma ducha para clarear seus pensamentos. Se voltasse a dormir, era provável que ela acordaria atrasada para o colégio.
Quando exatamente ela caíra no sono? Qual foi a última coisa que fizera? Melhor ainda, qual foi a última coisa que comera? Seu estômago roncava, suplicando por comida.
Com certeza não havia nenhum salgadinho nos armários, então ela se apressou para fazer um café da manhã clássico: leite, ovos mexidos com salsicha e frutas frescas cortadas em pedaços.
Ao terminar seu café, ela deixou os pratos na pia para que pudesse lavar depois. Se sua mãe estivesse lá, com certeza a teria obrigado a lavar a louça naquele mesmo instante. Ela não gostava de que deixassem as coisas para depois. 
Cherrie ajeitou sua saia plisada e seu paletó com o símbolo do colégio e calçou seus sapatos pretos de boneca, pronta para sair. Como de praxe, ela trancou a porta e verificou três vezes - mania que herdara de sua mãe. 
As ruas estavam um pouco vazias e os poucos pedestres que andavam apressados, se encolhiam dentro de seus casacos a fim de se proteger do frio londrino. As vezes Cherrie sentia um pouco de inveja do clima de países como a Austrália ou o Brasil, que eram abençoados por clima quente e agradável. Mas ao mesmo tempo, ela se sentia confortável com o clima Europeu.
Como a escola era próxima de sua casa, não demorou muito para que ela avistasse o portão grandioso do colégio. Enquanto observava os outros adolescentes que já estavam por lá, seus olhos pousaram em um menino loiro, de olhos azuis e bochechas levemente rosadas. Como se sentisse que estava sendo observado, ele voltou seu olhar para ela, fazendo-a corar. Tantos anos naquele colégio feminino fizeram com que ela perdesse seu jeito com meninos.
Ele a analisou por alguns instantes e, hesitante, sorriu e acenou para ela. Tentando demonstrar um pouco de segurança, ela deu passos largos na direção dele e retribuiu o sorriso de segundos atrás.
- Olá! - Ela começou o diálogo, com um tom alegre.
- Prazer em te conhecer, meu nome é Henry, e o seu?
- Cherrie... Meu nome é Cherrie. Eu sou nova aqui.
- Você por acaso não seria a menina que brigou com Ângela ontem, seria? - Ele perguntou arqueando uma das sobrancelhas. 
- Talvez...? - Ela respondeu hesitante, abrindo um sorriso amarelo. - Por quê?
- Ah, nada demais. É que eu ouvi parte da briga quando eu estava indo embora. 
- Entendi... - Ela murmurou envergonhada.
- Tenta não ligar pra isso. Ela é bem barraqueira, mas a gente ficou assustado de ver ela brigando com você, sendo que você acabou de chegar aqui. - Ela sentiu um peso saindo de seus ombros. Era bom saber que aquela escola tinha pessoas normais. 
- Eu não a conheço o suficiente - e nem quero -, mas tenho medo dela e do restante do grupo dela. - Henry riu. 
- Eu acho que é ela que tem medo de você. - Cherrie ficou surpresa com o que ele disse. Desconfiada de que alguém pudesse ouvir aquela conversa, ela olhou para os lados com a boca um pouco aberta. 
- Por quê? Eu não fiz nada pra ela. Eu nem a conheço.
- Eu acho que ela suspeita que você seja a nova favorita do professor.
- A nova favorita? Tipo um puxa-saco?
- Mais ou menos, haha.
- Ué, mas e daí? Eu não vou deixar de ser uma boa aluna por causa dela. Que menina babaca! - Ela tampou a boca imediatamente, percebendo que falara alto demais.
- Eu não sei o porquê, mas ela leva isso a sério demais. Talvez seja o prestígio de ser a melhor aluna ou o tratamento especial que ele dá para a favorita.
- Tratamento especial? Mas como... - O sinal tocou, interrompendo Cherrie.
- Depois a gente fala mais sobre isso. Os outros alunos estão começando a chegar... E os professores também.
- Tudo bem, tudo bem. -  Ela concordou.
Ela se afastou de Henry com um aceno amigável e discreto. Seus passos delicados ecoaram no corredor e aos poucos, foram se misturando aos passos dos demais.
Cherrie procurou seu armário, mas não foi difícil achá-lo. Alguma puta aspirante à artista escrevera em letras grandes, uma série de xingamentos nele. Vadia. Puta. Piranha. 
Ah, que recepção calorosa!

Cherrie começou a respirar pesado, mas se controlou para não perder o controle na frente de todo mundo. Não iria dar a satisfação de chorar na frente daquelas vagabundas. Não iria dar corda a nada disso, não mesmo!
Havia cochichos e risadinhas atrás dela, mas seus olhos não se voltaram para eles. Seus olhos se fecharam por um momento, e ela torceu mentalmente para que alguém aparecesse e a ajudasse. Seria até engraçado, se fosse algum garoto bonito fizesse isso, para frustrar as meninas e as deixasse mortas de inveja. 
Mas isso não aconteceu. As meninas que não estavam rindo dela, se afastavam, com medo de serem as próximas e os meninos, não queriam se meter em nenhum assunto de menina. 
Ela respirou fundo e abriu o armário. Suas mãos suadas separaram os livros e cadernos que usaria e guardou os outros. O armário fora trancado novamente e ela virou-se de lado, a fim de ir para a sala de aula. Com o canto do olho, viu as meninas que faziam parte do grupo de Ângela e a própria, com um sorriso de satisfação estampado no rosto. 

A novata decidiu sentar perto de Henry, que olhou para ela um pouco preocupado:
- Tudo bem? Você parece um pouco pálida.
- Está tudo bem. - Ela disse, sentando-se na cadeira vagarosamente, e cruzando as pernas para manter a postura. Sua mente estava a mil, com os pensamentos desordenados e assustados. Será que ela deveria matar a primeira aula e limpar seu armário, ou será que era melhor se agarrar ao que restava de sua dignidade e ignorar os olhares, os comentários...?
Assim que Ângela entrou na sala, ela escolheu a segunda opção, determinada. Quando o grupinho passou por ela, a ruiva sorriu e disse:
- Espero que tenha gostado do DIY que eu fiz no seu armário.
- Eu amei, mas achei a sua caligrafia meio bosta. - Cherrie disse sorrindo de volta, com os braços apoiados na mesa.
- Vou caprichar da próxima vez. - Ângela retrucou, com seu sorriso desaparecendo.
- Por favor. - Cherrie disse virando-se para frente e terminando a conversa, triunfante.

~ Fim do capítulo ~

DIY: Em inglês, "Do It Yourself". Termo usado para coisas que você mesmo pode fazer, como qualquer coisa relacionada a decoração, artesanato e etc. 



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