domingo, 15 de setembro de 2013

A Aluna Favorita - Capítulo Quatro






As Favoritas

Avisos
Oi, gente! Como eu já expliquei antes tudo o que estava rolando, já vou falar do capítulo mesmo, sem enrolação.
Mudei muitas coisas nesse capítulo, a começar pelo título. Quem acompanhava a história no site do Nyah, sabe que o capítulo quatro era chamado de "Ameaça", justamente porque a Ângela passava mal e o professor a ameaçava, pra que ela não interferisse nos planos dele em relação à Cherrie. Mas nessa nova versão da história, isso não acontece, o final está completamente diferente. Eu pensei em mostrar um pouco mais a relação que a Cherrie, a Ângela e a Rebecca estão construindo (seja ela boa ou não). E tentar tornar as coisas um pouco mais interessantes, pra não ficar só entre a aluna e o professor. O que quero dizer é que o professor (ao menos de início), será o menor problema da Cherrie.
Eu vou para de "falar" e vou deixar vocês lerem a história logo de uma vez... E sim, sou dramática e tem muito palavrão neste capítulo. "Cês" vão ficar assim, ó: °)
Boa leitura, pessoal! <3

[A imagem do capítulo vai estar aqui, quando estiver pronta]

Por que a situação lhe parecia tão ruim? Seria somente por estar sendo o centro das atenções ou seria por causa da forma como tudo estava se desenvolvendo?
A forma como ele falava fazia parecer que ela devolveria um simples bombom na forma de favores – não importando a natureza dos mesmos. Certamente, a fazia parecer promíscua, diante dos olhos de seus novos colegas de sala.
Cherrie suava frio e sentia sua perna formigar de leve, enquanto pensava em uma maneira de contornar a situação e parar de agir como um peixinho de aquário, com os olhos esbugalhados e a boca aberta, deixando vazar um pouco do seu desespero.
– Eu... Eu...
O professor esperava ansioso pela resposta, torcendo para que ela cedesse logo no início, mas seu show foi interrompido pela entrada da professora, que parecia um tanto indignada.
– Aquela mulher está mais caduca a cada dia que passa!
– O que houve? – Han afastou-se de Cherrie e voltou à sua pose habitual, livrando-o de qualquer situação suspeita envolvendo suas alunas.
– Quando eu cheguei lá, a inspetora disse que não havia me chamado e que tampouco sabia de que papéis eu estava falando... E mesmo depois de eu mencionar que foi você que passou o recado, ela se fez de desentendida!
– Acalme-se, acalme-se. Eu vou lá falar com ela por você, talvez a memória dela esteja falhando.
– Mesmo? Você faria isso por mim?
– Claro que sim. – Ele disse abrindo um sorriso gentil, capaz de abalar as estruturas de qualquer mulher despreparada.
– Obrigada... – A professora disse, corando levemente.
– Hmm, professora, tem um pouco de rosto no seu vermelho! – Um dos meninos disse em voz alta, rindo.
– Fique quieto, Julien! – Seu rosto queimava agora e os meninos riam, ao verem que seu objetivo foi alcançado. Qual não foi a sua surpresa, ver Han rindo com os meninos, sem parecer incomodado com a ideia.
No entanto, antes que pudesse contestar qualquer coisa, ele se retirou dizendo:
– Bom, eu já vou indo. Até mais, Lilian.
E ela suspirou encantada.


Ao término das primeiras aulas, todos saíram de suas respectivas salas, ansiosos pelo intervalo.
Cherrie parecia aliviada, especialmente porque o ódio de Ângela estava voltado para sua professora, que agora sorria tímida toda vez que passava por Han.
Claro, Ângela não era a única que repassava os fatos da última aula. Cherrie acreditava que tudo aquilo fora, no mínimo, estranho.
Será que seu novo professor sabia o que estava fazendo? Quer dizer, se alguém soubesse do que aconteceu na última aula, ele provavelmente seria chamado na diretoria e poderia perder seu cargo. Ou será que ele é um galanteador ingênuo? Não dava realmente pra saber...
– Pensando onde vai sentar? – Han interrompeu os pensamentos de sua aluna, que levou um susto.
– Ah... Não... Eu já sei aonde vou me sentar. – Ela diz, apontando para um cantinho perto do lixo, se arrependendo instantaneamente.
– Ali? – Ele pergunta em um tom de deboche. – Se quiser, pode se sentar comigo, ali naquela mesa.
A tal mesa, por sua vez, era extremamente atraente, se comparado com aquele cantinho escolhido por ela, mas não sabia se devia aceitar sua oferta, depois de tudo o que aconteceu nas últimas horas.
– Não se preocupe, professor. Eu vou me sentar ali mesmo. – Ela diz, abrindo um sorriso amarelo.
– Qual é, está com medo daquela ruiva?
– Fala da Ângela? Não, não é isso... Eu só... Só não quero que ela pense coisas erradas.
– Ora, mas qual seria o problema? – Ele se agachou e ficou na altura dela, abraçando-a pelo ombro e encostando-se nela.
– Professor pare com isso, as pessoas vão começar a olhar.
Ângela, que estava sentada com as amigas, colocou os talheres na mesa, indignada.
O professor beijou o pescoço de Cherrie, apenas por provocação.
Cherrie estava paralisada. Sentiu um pequeno formigamento onde ele a beijou, tinha gostado. Deu um certo prazer irritar Ângela, mas não queria fazê-lo novamente.
Ângela queria dar um soco em Cherrie. Dava raiva só de ver que ela não se manifestava. Por que não o empurrava para longe?
– Ah, e lembre-se... Se aquela ruiva te fizer alguma coisa, me avise e tomarei as medidas que forem necessárias.
A jovem não pode evitar sentir-se envergonhada e sentia seu rosto mais vermelho que o de sua professora, ao sentir o hálito quente dele em sua orelha.
O sinal tocou e ele puxou-a para si, fazendo-a se levantar.
– Vamos. Agora é a minha aula mesmo.
Cherrie se manteve quieta, se deixou levar por ele.
Chegando à sala, ela desgrudou dele e sentou-se em sua carteira.
– Viu? Não foi divertido? – Foi, de certa forma. Mas não podia admitir isso.
– Mas agora Ângela vai ficar com raiva de mim...
– E daí?
Rebecca entrou na sala, quieta, mas com um sorriso sombrio. Cherrie ficou se perguntando se ela teria visto o que aconteceu. Ângela entrou logo depois, ignorando o professor e Cherrie.
Quando todos voltaram do intervalo, ele começou a aula, com alguns exercícios simples.
– São exercícios simples. Aqueles que estudaram a lista de vocabulário novo que eu passei, vai fazer isso rapidinho. Vocês têm vinte minutos, entenderam?
– Sim, professor. – A sala respondeu, em uníssono.


Ao contrário do primeiro período, o segundo correu tranquilamente, e antes que percebessem, estava na hora de ir para casa. Cherrie ansiou por esse momento desde o intervalo. Só queria ir pra casa trocar de roupa e esquecer-se de tudo o que aconteceu no seu segundo dia de aula.
Ela estava a caminho do portão de entrada da escola, quando um grupo de meninas se interpôs e seu caminho. Quando Ângela apareceu, Cherrie não ficou nem um pouco surpresa.
– Será que você tem tempo para uma conversinha? – Ela perguntou, sem estar se importando muito com a resposta de Cherrie.
– Não podemos conversar depois? Eu realmente queria ir pra casa agora, estou cansada... – Cherrie disse, tentando contornar o grupo.
– Não, não pode ser depois. – As demais meninas do grupo se juntaram, fazendo com que ela se sentisse encurralada. – Você não precisa se preocupar, eu só quero ter uma conversinha rápida com você... Amiga.
– Sobre o quê?
– Sobre o que aconteceu no intervalo hoje.
– Ângela, eu não...
– O que ele queria com você?
– Ele não queria nada.
– Eu te vi conversando com ele na entrada do refeitório. Não parecia que ele não queria nada.
– Ele só queria saber se eu estava bem.
– Eu não sei se você já captou como as coisas funcionam por aqui, mas eu não sou idiota. O que ele disse pra você naquela hora, quando ele sussurrou no seu ouvido?
– Angel, deixa pra lá. Vai ver ele só queria saber qual era o preço da hora dela, haha. – Uma das meninas interrompeu, rindo.
– Ouvi dizer que ele te deu um bombom e que você iria retribuir fazendo umas “coisinhas” pra ele! – Outra menina reproduziu um dos boatos que ouviu.
– Nossa, você é uma baita de uma putinha, hein? – E começou um burburinho dentro do grupo.
– Como é? – Cherrie não acreditava no que estava ouvindo. – Parem de falar besteiras, suas restardadas! Não dá pra acreditar que vocês estão fazendo isso só por causa de um professor que tem idade pra ser pai de vocês e que não dá a mínima pra nenhuma de nós. Se toquem, a gente nem é maior de idade!
– Você não entende... – Ângela disse baixinho, com a expressão vazia.
– E nem quero entender, sua doida! Agora, se me dão licença, eu vou pra casa! – Cherrie apertou a alça de sua mochila e saiu correndo, antes que alguma outra garota começasse a falar.
– Tá tentando fazer uma boa ação, quatro olhos? – Rebecca apareceu, rindo daquela situação. – Ou tá tentando tirar ela do meio do seu caminho?
Ângela fitou aquela menina pálida por alguns instantes e sem nenhum aviso, avançou pra cima dela. Como Rebecca é praticamente osso, foi muito fácil derrubá-la. O grupinho que seguia Ângela observava aquela situação sem entender nada.
– E eu achando que você era uma pessoa forte... – Rebecca disse, calma. – Mas você não mudou nada. Continua querendo impressionar aquele filho da puta.
– E você, sua vagabunda? Continua cavando a própria cova, querendo ficar magra e esperando ele te querer de volta.
– Pelo menos eu posso consertar o meu problema. E você, que vai continuar a mesma merda pra sempre, com esses óculos? – Rebecca rebateu, se levantando.
– Quando você tiver consertado o seu problema, vai estar morta. E seus pais vão dar uma festa, por terem se livrado de uma bostinha que nem você.
– Cala a boca, imbecil.
Com isso, Rebecca saiu andando, se esforçando para não permitir que aquela ruiva convencida a visse chorar. Ângela voltou-se para o seu grupo, com lágrimas nos olhos e deu-lhes uma última ordem.
 – Anda, vamos embora.

E Cherrie, que já estava na porta de sua casa, chorava também, mas porque nunca se sentira tão sozinha antes, durante toda a sua vida. 

~ Fim do capítulo ~

Ainda estou viva, viu, gente?

Eu sei que não postei nada aqui durante esses últimos tempos, mas eu ainda estou viva. E com um milhão de ideias, para tudo quanto é história minha. Eu não andei escrevendo nada, em partes porque sou preguiçosa, em partes porque um monte de coisas andou acontecendo e em partes porque eu estava concentrada em uma outra história minha, que ninguém aqui conhece, mas que é meu xodó.
Mas aí vocês me perguntam: Tá, o que é que tanto aconteceu na sua vida assim?
Um monte de coisas, sério. Eu só não conto as coisas que envolvem minha relação com meus amigos, porque tem umas coisas loucas que vocês não acreditariam mesmo, então não tem porque eu contar. (˘˘)

Mas como as novidades não envolvem só isso, eu tenho outras coisas pra contar.
1. Por exemplo, viajei com a minha família, para um país chamado República Dominicana. Coloquei o nome em negrito, porque muitos amigos meus acharam que eu fui pra Punta Del Leste, Costa Rica ou Porto Rico. ( )
É um país lindo, cheio de gente maravilhosa e feliz (mas feliz de verdade mesmo) e uma cultura incrível! Eu até postaria umas fotos aqui, mas acho melhor eu não fazer isso. Apesar de que, quem me tem no Facebook, pode ver as fotos de qualquer forma... (──)

2. No dia em que eu cheguei da viagem, meus avós vieram me receber e avisaram que tinha chegado 14 cartas e um pacote para mim. Mas não parou por aí. No final do mês, fui contar e eu tinha recebido 45 cartas. Quarenta e cinco, cara.
Eu passei as férias inteiras respondendo carta (tanto pra amigos daqui do Brasil, quanto para amigos de fora do país) e ainda faltam umas 20. E mesmo assim não para de chegar carta. ((chora de felicidade/desespero)) (Д)

3. Passei a me concentrar mais em uma outra história, como eu havia dito anteriormente. Ela não tem nome, mas tem mais de cem personagens e eu amo ficar inventando coisas pra ela. 

4. Um outro semestre na faculdade começou e eu tenho que estudar muito porque estou de DP em Contabilidade. Mas a notícia boa é que estou tendo aulas de Alemão e Relações Internacionais, então tá tudo bem! (ノ◕ヮ◕)

5. Eu consegui um estágio. SIM, GENTE. Eu consegui!! A preguiçosa de 20 anos finalmente conseguiu seu primeiro emprego e fica feliz em ter que acordar às quatro da manhã todos os dias!! ()   

6. Além da viagem à República Dominicana, eu também fui pro PETAR (em Iporanga) e pra Paranapiacaba. Mas essas viagens foram visitas técnicas da faculdade.

E acho que é isso aí. (◕‿◕✿)

P.S.: Jessicaka, eu sou uma idiota, desculpa. Achei que eu tivesse respondido seu comentário, mas só vi agora que eu não respondi. E eu sei que você fez aniversário nesse período que eu não postei nada, e até fiz um presentinho pra você, mas fiquei com vergonha de te mostrar. D:
Eu queria postar aqui no blog, mas não sabia se eu poderia, já que no meio do presente, tem uma foto sua. @_@

Agora vocês não precisam se preocupar, people, porque eu voltei a escrever, mesmo durante as aulas da faculdade. E se vocês acham que eu estou mentindo, podem perguntar à minha amiga Raúla, porque ela leu meus rascunhos. ((Gente, Raúla não é um nome lindo? Eu amo! * - *))

Vou terminar essa explicação confusa, pra postar um capítulo novo! Fui! 

quinta-feira, 18 de julho de 2013

A Aluna Favorita - Personagens Femininas Principais

Oi, gente. Tudo bem com vocês? Eu espero que sim.
Talvez eu deva desculpas como sempre, mas não vou me prolongar nisso. Acho que todo mundo já tá cansado de saber o porquê de eu demorar tanto com as coisas. Mas confesso que, ultimamente, eu realmente não estava inspirada pra fazer nada com relação à maioria das minhas histórias. Mas graças a Deus, eu achei umas histórias boas que me inspiraram e agora eu tô tentando voltar a fazer alguma coisa, porque né, eu quero terminar essas histórias antes de eu morrer. 
Então, andei tentando trabalhar no conceito de algumas personagens. A única coisa chata é que os desenhos estão com cara de 'estudante aspirante à estilista', e não com cara de 'conceito de personagem' e tudo o mais. Mas né, de qualquer forma, decidi mostrar pra vocês e vocês podem se sentir à vontade pra dizerem o que acharam. Claro que não tá lá aquelas coisas - eu sei que meus desenhos estão longe de serem perfeitos - mas acho que seria legal vocês verem como é cada personagem, na minha cabeça.
Por hoje, só vou postar o trio principal da história 'A Aluna Favorita', que é composto por Cherrie, Rebecca e Angela. 

Aviso: As imagens são grandes.
Cherrie 


Bom, essa é a Cherrie. Confesso que no começo eu não a imaginava assim, mas uma leitora fez uma fanart muito fofa dela e do Henry e eu gostei muito. Pra ser sincera, eu adoro criar personagens, mas quando eu crio uma história logo de cara, dificilmente paro para pensar nos detalhes de cada um. 
É claro que nem ela e nem as outras são altas desse jeito. Até porque, elas são novinhas. Elas só estão desse tamanho, por causa da proporção que eu uso em todos os meus desenhos. Ainda que elas estejam enormes, notem que a Cherrie é mais baixa que as demais, haha.
A roupa que ela está usando, seria mais para encontros ou algum evento especial. A Cherrie gosta de usar coisas fofas e simples, no dia-a-dia, que a façam se sentir confortável.

Rebecca


A Rebecca é uma das minhas favoritas, de verdade. O problema em desenhá-la, é que eu não sei retratar uma pessoa bulêmica/anoréxica, porque as formas desse tipo de pessoa são realmente diferentes de um corpo saudável. Fica tudo mais ossudo, sabe? 
Eu tentei passar isso pro papel, mas não deu muito certo. É provável que o conceito dela mude mais um pouco, porque vou precisar de referências, na hora de desenhá-la, mas as olheiras e o cabelo se manterão assim.
A roupa que ela está usando, é, na verdade, uma camiseta longa, que ela usa na hora de dormir. Na escola e mesmo em casa, ela costuma usar blusas, para cobrir as cicatrizes que possui nos pulsos.

Angela  


E por fim, a Angela. A ruivinha chata e com sardas, que o professor detesta. Ela geralmente não anda muito largada assim, não. Mas é um estilo que eu gosto e achei que cairia bem ao desenhar. 
Eu não sei vocês, mas acho até que combinou. O problema é que a Angela é meio popularzinha, então ela tenta andar com umas roupas mais 'na moda' e não com qualquer roupa que ela queira. E sim, ela usa óculos e anda meio emburrada quando está perto da Cherrie, porque ela não suporta ver a colega recebendo tanta atenção do professor.

Eu sei, as imagens estão muito grandes e está um pouco ruim assim, mas se eu não deixo no tamanho original, não dá pra ver direito... E o meu forte não é fazer descrições. E claro, levem em consideração que são quase quatro horas da manhã, então devo estar escrevendo que nem uma bêbada - seja lá como for um bêbado escrevendo. 

Bom, era isso, meus queridos. Espero que tenham gostado e me desculpem por ficar sumindo e voltando toda hora. Estou tentando mudar isso de uma vez por todas.

terça-feira, 16 de abril de 2013

As The Snow Falls - Chapter One





Unrest

Death the Queen is speaking:
Hello! How  have you been? I hope that everything if fine with you! (:
Since I know that some foreigners (including some amazing friends of mine) read my stories, I decided to translate this one too. It's very different from 'Testing Love', because 'As The Snow Falls' is a horror story. I like to try writting different genres of stories, so I hope that you'll like this one.
I don't have many things to say, but I hope that you'll enjoy Elloise's adventure! Enjoy! <3 

[the image of the chapter will go here, when I finish to draw it]

It was a cold afternoon during the month of September, when a young lady was walking alone on a forest trail. She had teary eyes and her hair was all tangled and dirty. The lips seemed to be cracking due to the dryness, like if they’ve never tasted anything liquid before. And the clothes – I’m not sure if they could be considered clothes – were composed by a lot of old rags crawling across the ground like a dirty dress.
She was walking barefoot on the humid ground, only wandering, with no idea of where to go. She was carrying the pain of melancholic thoughts, but she had a blank expression in her face. Her arms were hurt and it looked like if someone had cut her in little pieces, but she didn’t seem to care.
Tired, she crouched with her hands pressed against her stomach, letting her forehead touch the cold ground. She started to cry again and many painful thoughts started to emerge. The funniest thing was that some of them weren’t even hers.
She could do nothing and the only thing that she was able to do in the next minute was to throw up a red smudge in the white scenery that was starting to appear.
It was snowing.


Near to the forest, there was a small town where only a few lived, since many of them wanted to change their lives moving to the big city. The majority of the population there is composed by farmers and once someone decides to live there for the rest of their lives, they know already that they shouldn’t have any big expectations in life.
The only connection they had with the big city was a road and they usually take four hours to get to the city.
The population was a little restless with the rumors that a family from the big city was moving to the town, in the middle of nowhere. They knew nothing about them, but some people said that the man was a very important entrepreneur and his family had a good status in the high society.
Elloise, the entrepreneur’s daughter, wasn’t very happy with the situation.

 – Why do we have to move to another city? I bet that they don’t even know what internet is!

 – Calm down, Elloise. I can’t do anything, it’s because your father’s work. We already talked about it.

 – But why him? There are so many other people that they could send!

 – His boss decided it, he had to accept it.

 – Well, and what about ME?

 – Darling, the world does not turns around you.

Her mother gave her a severe look and left the room without saying anything.
Elloise threw herself on the couch and sighed.
Her family was foreign. They arrived in that country with nothing, and when she finally thought it was everything okay, it happens.

– Damn it! – She threw one of the couch cushions against the wall, still trying to accept the idea.

 – Have you packed your belongings already? – Her mother yelled.

 – No…

 – What are you waiting for?

– Ugh... – She rolled her eyes.



~ End of the chapter ~

domingo, 14 de abril de 2013

Ao Cair da Neve - Capítulo Dois





Elsenward


[A imagem do capítulo vai estar aqui, quando estiver pronta]

A neve havia cessado de madrugada, mas a sua presença ainda era evidente, em todas as árvores, na estrada, no telhado das casas.
Elloise apreciava a paisagem de vez em quando, entediada.
– Falta muito para chegarmos no fim de mundo?
– Não, querida. – Sua mãe respondeu-a. – E o nome da cidade é Elsenward.
Em resposta ao olhar severo de sua mãe, Elloise revirou os olhos, com desprezo.
– Pouco me importa o nome dessa droga de cidade.
– Não diga isso. – Seu pai, até então quieto pronunciou-se. – Essa "droga" de cidade é agora nosso lar.
– Mas por que justo você tinha que ser transferido, papai??
– Porque eles precisam de alguém experiente para cuidar das coisas por aqui. Não podiam mandar o John.
– Claro que não podiam, ele é um babaca. – Elloise já tinha ouvido falar dele. Nada bom, se quer saber. – Não sei nem porque ainda não demitiram um cara que quase levou a empresa à falência.
O pai riu com a indignação da filha.
– Oh, já estamos chegando.
Elloise olhou para fora de novo e, dentre as árvores, jurou ter visto alguma coisa. Um animal, talvez? Não, seja lá o que fosse, andava como um ser humano.
Devia ser humano. Quem sabe estava fazendo uma trilha pela floresta?
Deve ser a única coisa que tem pra se fazer aqui.

Na entrada da cidade, havia uma placa simples de madeira com os dizeres "Bem-vindo a Elsenward – A cidade mais pacífica do país"
Correção, a cidade mais tediosa do mundo todo. – Elloise pensava, azeda.
Ao estacionarem o carro, Elloise desceu e fez questão de mostrar-se mais indignada do que antes.
– Mamãe, quantos quartos esta casa tem?
– Dez, no máximo. – Ela ficou de queixo caído. Dez quartos? Não daria para guardar todas as suas coisas nem que jogasse metade fora. – Deixo você escolher o maior quarto.
– Os maiores quartos, você quis dizer.
– Não. Querida, um quarto para você é suficiente.
– Mas e as minhas coisas?
– Não são tantas assim, um quarto é suficiente. – Sua mãe afirmou.
O pai abriu a porta da frente e se preparou para descarregar as malas. – A casa já estava parcialmente mobiliada, visto que o caminhão de mudanças foi para lá com o carro de mudanças no dia anterior e os móveis foram colocados na disposição ordenada pelo casal.
Apenas os quartos ainda não estavam mobiliados, por isso Elloise ainda poderia escolher.
Ela subiu as escadas, os passos ressoando pela casa.
Desde que chegara tinha aquela sensação de estar sendo observada por alguém. Que desagradável.
Os quartos não eram muito bonitos, as paredes estavam descascando, mas conseguiu escolher o maior. Era o único que tinha uma varanda também.
– Mamãe, papai! Já escolhi o meu quarto!
– Muito bem, querida. Daqui a meia hora o caminhão de mudança chega com os seus móveis. Ela assentiu e pegou sua mala, já verificando se não havia esquecido nada.

Em resumo, ao fim do dia seu quarto já estava mobiliado e ela apenas colocou suas roupas e sapatos no guarda-roupa e decorou-o novamente com o seu tapete, seu mural de fotos, seus cadernos, tudo.
Sua mãe foi até lá e entregou-lhe uma espécie de uniforme, dobrado.
– O que é isso? – Elloise desdobrou as roupas. Eram horríveis ao seu ver. – Pelo amor de Deus, não me diga que vou ter que usar isso.
– Sim, vai. É o uniforme do colégio. Providenciei-o o mais rápido possível para você frenquentar as aulas. E o seu material está lá embaixo.
Elloise fez uma careta e jogou o uniforme dentro do guarda-roupa.
– Vai ver só, quando menos esperar, já vai ter se acostumado com a vida pacata daqui.
Humpf. Duvido muito.

~ Fim do capítulo ~

Ao Cair da Neve - Capítulo Um




Inquietação
Avisos: Esta é uma das outras histórias que eu postava em um outro site, anteriormente. Eu gosto de escrever vários tipos diferentes de histórias e esta é uma história de terror. Espero que vocês gostem desta história também e de minhas personagens. 
Boa leitura! (:

 [A imagem do capítulo vai estar aqui, quando estiver pronta]
 
Era uma tarde fria do mês de Setembro, quando uma jovem andava sozinha por entre uma trilha na floresta. Seus olhos estavam marejados e os cabelos, antes belos, estavam todos embaraçados e sujos. Os lábios pareciam rachar-se de tão secos, era como se nunca tivessem tocado em algo líquido. A roupa era composta apenas por trapos que se estendiam até o chão como um vestido sujo.
Ela andava descalça naquele chão úmido, apenas vagando sem ter exatamente para onde ir. Ela carregava a dor de lembranças melancólicas, mas possuía uma expressão vazia. Seus braços possuíam marcas horríveis, como se a tivessem cortado em pedaços, mas ela não parecia se importar.
Já cansada, ela agachou-se com as mãos pressionando o estômago e deixou a testa encostar-se no chão. Ela voltou a chorar, era como se milhares de lembranças dolorosas viessem à tona. Algumas nem chegavam a ser suas.
Tudo o que conseguiu fazer no minuto seguinte, foi vomitar um borrão de vermelho, no cenário branco que começava a se formar.
Estava nevando.

Próxima à floresta, havia uma cidadezinha pequena, onde viviam poucas pessoas, já que a maioria saia de lá, em busca de trabalho nas cidades grandes.
Eles viviam do trabalho rural e da agropecuária. Era muito difícil que alguém, uma vez que decidisse morar ali pelo resto de sua vida, tivesse expectativas muito grandes. A única ligação que eles tinham com a urbanização, era uma estrada, que os levava à cidade grande, localizada a aproximadamente 160 quilômetros dali. A população estava um pouco inquieta, com os rumores da chegada de uma família que vinha da cidade grande para morar ali, naquele lugarzinho de nada. Segundo o que diziam, o homem era um grande empresário e sua família tinha um bom status na sociedade.

Elloise, filha do tal empresário, não estava nada feliz com a idéia da mudança:
– Por que temos que morar naquele fim de mundo? Aposto que nem tem Internet lá!
– Acalme-se, Elloise. Eu não posso fazer nada, é por causa do trabalho de seu pai, já conversamos sobre isso.
– Mas por que justo ele tem que ir pra lá?
– Foi decisão do chefe, seu pai teve que aceitar.
– E como EU fico?
– Oras, o mundo não gira em torno de você, meu anjo.
Sua mãe deu-lhe um olhar severo, e saiu da sala sem dizer mais nada.
Elloise se jogou no sofá e suspirou.
Sua família era estrangeira. Eles chegaram naquele país sem nada, e quando finalmente achou que estavam bem, isso acontece.
– Mas que droga! – Ela atirou uma das almofadas do sofá contra a parede, ainda tentando aceitar a idéia.
– Elloise, já arrumou suas malas? – Gritou sua mãe.
– Ainda não terminei...
– Então está esperando o quê?
– Já vou, já vou. – Ela respondeu revirando os olhos.



~ Fim do capítulo ~

A Aluna Favorita - Capítulo Três





Quer Experimentar o Recheio?

Avisos: Nada para acrescentar até o momento. Como este foi o capítulo que eu mais gostei de escrever, não mudei nada. Mas espero conseguir escrever mais capítulos como este. 
Espero que gostem, aproveitem a leitura! <3

[A imagem do capítulo vai estar aqui, quando estiver pronta]


O sinal tocou e Ângela deu um pulo da cadeira, com o susto.
– Ângela? – Cherrie a cutucou – Tudo bem?
– Sim. – Ela respondeu, seca.
Cherrie decidiu apenas seguí-la em silêncio para o laboratório de Química. Sabia que ela estava irritada, mas não sabia o porquê.
Chegando lá, o professor ordenou que se formassem trios para fazer uma experiência. Sendo assim, Cherrie e Ângela formaram um trio com a garota anoréxica que tinha na sala.
Rebecca era desengonçada e esquisita. Tinha uma pele tão alva e olheiras tão fundas que parecia um zumbi. Sem falar na magreza exagerada, que a tornava anormalmente macabra.
– Oi, Assombração. – Ângela disse, cantarolando.
– Oi. – Rebecca não pareceu se importar.
– Oi!
– Quem é essa?
– Eu sou a Cherrie, a...
– A nova favorita do professor. – Ângela interrompeu.
– Está falando sério? – Ela esbugalhou os olhos.
– Aham. – Ângela balbuciou fitando as próprias unhas.
– Eu não sou a favorita dele. – Ela retrucou, indignada.
– Espero que não seja mesmo. – Rebecca olhava em seus olhos. – Porque senão você está perdida.
– Por quê?
– Não dá pra falar sobre isso aqui. – Ela voltou o olhar para Ângela, que estava entretida mexendo no celular.
– Ah, tá, entendi.
Ângela parecia nerd. Era até inteligente, mas agia como uma pessoa popular, sempre se interando das fofocas e conversando com quase todo mundo. Sem contar que ela era como uma cobra venenosa, tinha uma língua afiada.
As três estavam todas distraídas mesmo estando fazendo os experimentos e os relatórios.
– Pessoal, quero que testem esse experimento em casa e depois me digam o que aconteceu, ok?
– Pode ser em grupo, professor?
– Sim, Ângela, pode.
– Ótimo. – Ela se virou para as duas. – Façam o trabalho e depois eu vejo como ficou.
– Mas Ângela...
– Mas nada! Eu tenho um compromisso hoje.
– Tudo bem, Ângela. – Rebecca a acalmou. – A gente faz. Mas não dá pra ser na minha casa, pode ser na sua?
– Claro.
– Seus pais não vão se incomodar?
– Não. Eles estão fora da cidade.
– Ah, então tudo bem.

Ao tocar o sinal novamente, a sala se dirigiu para a cozinha, para a aula de Culinária.
– Bom dia, alunos! Se dividam em grupos, trios, duplas, como quiserem! Faremos sobremesas hoje!
– Que tal mousse de chocolate? – Rebecca sugeriu.
– Não! Vamos fazer uma torta holandesa! É muito mais chique! – Ângela replicou.
– Quem está a fim de fazer torta de morango? – Um garoto que estava sozinho gritou. Cherrie correu até ele.
– Posso te ajudar com a torta de morango? – Qualquer um seria melhor que Ângela, para Cherrie.
– Pode. Mas tem que botar a mão na massa, hein? Nada de moleza!
– Tá, pode deixar!
Ângela acabou se juntando a outras meninas e Rebecca se sentou em um cantinho, com vontade de comer alguma coisa.
Enquanto preparavam a massa e o recheio, o professor entrou na sala.
– Com licença, mas a inspetora perguntou se a papelada que você pediu para xerocar já está em ordem.
– Oh! Eu tenho que buscar lá no carro! Pode tomar conta deles enquanto vou lá?
– Claro. – Ele disse, de maneira gentil.
– Obrigada! – Assim que ela saiu, ele pôs os pés na mesa e deu uma medida na sala.
– O que estão fazendo?
– Cozinhando. – Uma das garotas respondeu.
– Cozinhando, é? – Ele se levantou e chegou perto da mesa dela. – Cozinhando o quê?
– Estamos assando um bolo. Quer experimentar o recheio?
Ângela arregalou os olhos e começou a se sentir desconfortável em sua cadeira. Estava visivelmente incomodada com a situação.
A garota passou o dedo em uma das tigelas e o estendeu para o professor, que lambeu o dedo dela da forma mais sensual possível.
Ângela derrubou uma espátula no chão.
Ele olhou para ela, quase rindo.
– Algum problema, Ângela? – Ele disse em tom de deboche, enquanto dava mais uma lambida no dedo da garota que estava ficando maluca.
– Não, professor. Problema nenhum.
Ele sorriu e se afastou da mesa da menina e encostou-se na mesa da professora novamente, buscando com os olhos, sua pequena favorita.
Cherrie estava vermelha, se esforçando ao máximo para que seus olhos não encontrassem o do professor.
Ele andou até Cherrie.
– E então, - Ele se apoiou no balcão. – Está cozinhando algo pra mim?
Cherrie estremeceu. Ele pôs a mão em seu queixo, obrigando-a a olhar para ele.
– Me responda. – Seu tom era imperativo e firme. Não havia quem conseguisse questioná-lo.
– M-Me desculpe, mas eu, eu...Não sei se poderei lhe dar um pedaço da torta...
– E como vai fazer para retribuir o chocolate que te dei?
A classe parou de fazer qualquer coisa. Qualquer movimento, qualquer barulho, cessou.
Todos queriam ouvir a resposta de Cherrie.

~ Fim do capítulo ~

A Aluna Favorita - Capítulo Dois


 
 
Bombom de Chocolate

Avisos: Olá! Tudo bem com vocês? Eu espero que sim! 
Não tenho muito o que dizer em relação à história, então acho que só vou pontuar as mudanças feitas e explicar o porquê de eu não ter postado as imagens ainda. Eu tenho desenhado as imagens, mas eu queria tentar colorí-las no computador, porque acho que ficaria mais legal. Mas descobri que sou uma negação, sem contar que não consigo achar um lugar confiável para baixar nenhum programa bom, haha.
Enfim. Não há muitas mudanças ainda, só dei uma atualizada e troquei o 'MSN' pelo 'Facebook'. Ah, e claro, tirei a parte da pequena conversa virtual que a Cherrie teve com o professor. As redes sociais vão ser importantes depois, mas não agora. ;)
De qualquer forma, tenham uma boa leitura! <3

[A imagem do capítulo vai estar aqui, quando estiver pronta]

Quando já estavam um pouco longe do colégio, Cherrie deu uma olhada para trás, para ter certeza de que ninguém as ouviria.
– O que aconteceu, amiga? – Ângela usava um tom amigável.
– Ângela, aconteceu um negócio muito estranho!
– Desembucha, menina! – Seu tom mudou de repente.
– O professor me beijou!
– O quê?? – Os olhos se arregalaram.
– Você ouviu muito bem!
– Tem certeza disso?
– Como assim, Ângela? É claro que eu tenho!
– Mas por que ele beijaria você?
– Eu vou lá saber!
– Quer dizer, ele tem tudo quanto é garota gostosa aos pés dele e ele resolve beijar justo você?
– Está dizendo que não sou bonita? – Cherrie emburrou-se.
– Não é isso. Estou dizendo que se eu fosse ele, ia escolher uma aluna mais...Mais...”Bem dotada”, se é que me entende.
Cherrie estava sem argumentos.
– Mas também pode ter sido sem querer. – Ângela continuou, pensativa.
– Será?
– É claro! Vai ver ele ia te dar um beijo na bochecha, mas daí você se virou e seus lábios se encontraram!
– É, talvez... – Isso fazia muito mais sentido. – Você tem razão, eu acho que foi isso o que aconteceu... Bom, mas em todo caso, a minha casa fica para este lado, então nos separamos aqui.
– Verdade. – Angela pegou uma caneta da bolsa. – Me dá a sua mão.
– Pra quê?
– Pra eu escrever o meu Facebook e você me adicionar.
– Ah, tá. Quando eu chegar em casa, te adiciono.
– Ok! – Ela terminou de escrever – Depois nos falamos, tchau!
– Tchau!
Cherrie andou alguns poucos quarteirões e chegou até a sua casa. Era uma casa grande, com as paredes cor de creme e um jardim florido nos fundos da casa. Ela entrou e trancou a casa novamente, verificando se trancou direito, cerca de três vezes.
Não gostava de morar sozinha. Mas estava tudo bem pois seus pais viriam morar com ela no mês que vem.
Ela separou uma roupa para usar em casa, em cima de sua cama, e tirou o uniforme. Depois de tomar um banho, dirigiu-se para o quarto novamente e colocou um vestidinho amarelo florido e uma sandália. Ela adorava vestidos leves e qualquer tipo de coisa que dissesse a respeito de moda.
Indo para a cozinha, ela fez um pouco de arroz japonês e fritou um ovo. Cortou alguns tomates e colocou tudo em um prato. Esse seria o seu almoço.
Sentou-se confortavelmente no sofá e ligou a televisão. Morar sozinha tinha uma vantagem: Ela não precisava agir como uma dama o tempo todo e podia viver de acordo com suas próprias regras, como por exemplo, comer no sofá. Sua mãe a mataria se visse uma cena dessas, era muito rígida.
Depois de assistir um filme qualquer, voltou para a cozinha e lavou a louça. No momento em que terminou e foi secar as mãos, viu as letras borradas que Ângela havia escrito em sua mão.
Ela ligou o computador e decidiu adicioná-la logo, antes que se esquecesse. Elas se conheceram há apenas algumas horas, mas Cherrie já havia decifrado alguns traços de sua personalidade e a última coisa que ela queria ver agora, era Ângela irritada.
Assim que entrou no Facebook, adicionou Angela, que a aceitou quase que imediatamente. Apesar disso, Ângela não veio falar com ela, mas checou todas as suas fotos e informações pessoais, com uma velocidade impressionante.
Cherrie balançou a cabeça, achando engraçado e desligou o computador.



No dia seguinte, Angela já a esperava na rua perto do colégio.
– Bom dia! Decidi te esperar hoje!
– É, estou vendo! Que bondade a sua. – Ela disse, mas em tom de brincadeira.
– Né? Eu sei, é uma das minhas maiores qualidades! – Ângela disse, piscando.
Elas andaram por todo o caminho conversando. Ou melhor, Cherrie mantinha-se quieta enquanto Ângela contava algumas fofocas à ela.
–...E daí, os pegaram dando uns amassos lá, acredita??
– Aham... – Era difícil mostrar interesse nas fofocas de Ângela. Cherrie nunca foi o tipo de pessoa que se metia em assuntos que não lhe diziam respeito.
– Ei, o que foi? – Ângela a fitou, com um olhar de desaprovação. – Está tudo bem?
– Está, sim. – Cherrie continuava distraída, mas então ela abriu um sorriso e acenou.
– O que foi? – Ângela seguiu o olhar dela. – Ah, o professor... – Ela revirou os olhos, de forma discreta. – Não acha que ele gosta de você, né?
– Para com isso, claro que não... – Ela não tirava os olhos dele.
– Porque, como eu disse, você não...
– De novo com essa história de eu não ser bonita?? Você gosta dele por acaso, é??
– Mais ou menos. – Ângela respondeu sem hesitar.
Cherrie parou de andar e olhou para Angela, que agora olhava para o céu.
– Sério? Por que não me disse antes?
– Por que eu diria? A maioria das meninas gosta dele. Você saber que eu gosto, não faria diferença nenhuma.
– Hum...
O professor se aproximou, sorrindo gentilmente. Ele cumprimentou Cherrie com um beijo no rosto e deu um “oi” para Ângela.
Ele tirou um bombom do bolso e o estendeu para Cherrie.
– Quer?
– Puxa, obrigada!
– E eu, professor? – Indagou Ângela, com a mão já estendida.
– Ah, tem para você também. – Ele vasculhou o bolso. – Aqui está.
Ela pegou o chocolate satisfeita, abrindo-o imediatamente e colocando-o na boca, vitoriosa.
Cherrie riu sem graça e entraram dentro do colégio.

A primeira aula era de História. A maioria dos alunos não gostava muito da aula, pois a professora era uma senhorinha de uns oitenta anos que era tão maçante quanto a aula em si. E claro que Cherrie já estava no grupo. Ângela, por outro lado, parecia estar bastante entretida enquanto trocava bilhetinhos e soltava risinhos maliciosos.
Ela se lembrou do bombom que o professor lhe deu e retirou-o do bolso. Era um simples chocolate ao leite, de uma marca conhecida. Ela o desembrulhou e o comeu, saboreando o chocolate e exibindo um sorriso discreto, mas satisfatório.
Ângela a observava de sua carteira, enciumada. Por que ele deu o bombom para ela primeiro? E a forma como ele sorria para ela? Será que Cherrie era sua nova favorita?
Aquilo não era nem um pouco justo. Ela já fora a favorita dele, mas quando começou a usar óculos e aparelho dental, fora enxotada.
Mas ela não desistiria assim tão facilmente. Iria reconquistá-lo de qualquer jeito.

 ~ Fim do capítulo ~

sábado, 23 de março de 2013

Testing Love - Chapter One





Will You Be My Girlfriend?

Death the Queen is speaking:
Hello, hello! How are you? Great, I hope!
I decided to translate one of my stories to English, since a very important friend of mine wanted to read it and she tried to read it using the Google Translator and she wasn't able to understand everything, since Google Translator is not very good at translating things from Portuguese to English. Of course, my translation is not perfect also, it's the first time I'm doing something like this. So feel free to correct me, okay?
I hope that you'll enjoy this chapter! :D

[the image of the chapter will go here, when I finish to draw it]

Hi. My name is Joan and I’m sixteen years old. I have brown hair, a little too short for a girl and eyes too normal to make someone notice them. I’m neither tall nor short. My skin is white, but it does not have an exaggerated light tone, like some people have in a few books I’ve read. My clothes are not fancy, they are just normal. I do not highlight in the crowd and my grades are average. I’m a normal person.
A normal person, with normal friends, a normal life, a normal family and a normal crush.
A crush. No, it’s not a simple crush. I know that I’m still young and inexperienced, but I think that I truly love him. I’d do anything for him, I’d kill and die.  It may seem an exaggeration or a dramatic confession of an average teenager, but you do not understand the size of the feelings I have for him, no matter if it’s love or passion. Or maybe it’s a mixture of both.
I’ve never talked to him and if he knows my name, it’s a progress already. We are classmates, but I don’t sit near him. We don’t share friends in common – I mean – he doesn’t have friends at all. The boys don’t talk to him. They used to try at the beginning, but Daniel is a very closed person, centered in his own world. And yet, he is successful with the other girls. Not only in my class, but in others as well! But none of his relationships last. All, without exception, they last only a week.
I like to spend the classes watching him. I think that he doesn’t notice that he is observed by me constantly, but I do it in 90% of the classes. It's my favorite hobby. I could spend days, weeks, months, my whole life, just watching him.
– Jô? – Someone called me while I was immersed in my thoughts. I was so far away that I couldn’t even tell who the owner of the voice was. But gradually, I came back to the real world and the voice became more recognizable. – Jô?
– Hm? – I looked around, looking for the person who called me. When I looked forward, my beloved looked at me with the same expression of indifference he always has. – Oh … – It was all I could say.
– Is there something wrong with me? – He asked, already getting up from his desk, with the intention to come closer.
– N-N-No!  – pathetic, pathetic, pathetic! Why can’t I have a normal conversation with him?
– So what is making you look to me like that?
– NOTHING! – I screamed. I can’t believe I screamed, oh God, what a shame. He kept walking up towards me and smirked. Is probably having fun. – What are you laughing of?
– I’m laughing of you. – He replied, seeming calm. – Who else would be funny like that?
I could not answer him. I was paralyzed and my legs were starting to shake. My hands were soaked with sweat and my heart was racing. He must have noticed that, because he opened a bigger smile.
I did not know how to act and was still busy trying to fix the image of his smile on my mind.
Now it's lunch time. Do you want to go up to the terrace with me? – I just nodded. He passed by me and signaled to me to follow him. – Oh, and one more thing.
– What? – He passed one of his fingers down my chin and then passed through my lips.
– You're drooling.
Shit!

Incredible. He never paid attention to me, and when it happens, I act like an idiot and I drool. Great. As if it wasn’t enough.
Still, I decided to follow him. After all, what could happen?
Along the way, some people looked at us and they began to whisper among themselves, things I couldn’t hear. Most people were girls, but there was a curious boy here and there. I actually thought that they would follow us, but it didn’t happen. When we finally arrived, I sat against the wall and asked:
– So what now? – I tried to play the cool girl, who is not affected by anything with a tough pose, but my body condemned me. The shaking was getting worse.
He sat, facing me. His smile disappeared, but I could notice that he was having fun with the situation.
– Do you like me? – I'm sure I was red like a tomato. I started to open my mouth and close, like a goldfish. - Yeah, I think that you do. - He said, convinced. I can’t believe he brought me here just to make fun of me.
But his next move almost killed me. As much as I saw what was coming, I was so nervous that turned into stone, stiff. And before I knew it, our lips have touched each other and their arms wrapped me.
The kiss must have lasted no more than three seconds, but I can assure you that my whole life, was worth just because of it.
– Joan ... – He pulled back a little bit, to be able to look me in the eyes. One of his hands held my face and I was so happy that if someone dared to interrupt that moment, I’d kill that person.
– Yes? – I tried to sound like a calm person.
– Be my girlfriend. – Daniel said, as if it were the most natural thing in the world. I stood still, waiting for him to say "Just kidding! Fooled you, silly!" But nothing happened. Then I began to wander.
Was he immensely in love with me during all this time? Is that why your previous relationships lasted for so little? Maybe he was just trying to forget me, thinking I was some kind of unattainable woman! Oh, poor thing! He didn’t know that I feel the same way he always had.
– Joan? – He said my name for the fourth time in one day! Yeah, I'm counting.
– Huh?
– Will you accept?
– AH! YES! – He wasn’t joking so I was, at least, excited.
– Great. Now I'm going to launch a kind of challenge. – He stood, without even helping me do the same.
– Challenge? What do you mean?
– You love me, don’t you?
– Of course I do. Otherwise I wouldn’t have accepted to be your girlfriend, right? – What an obvious thing, why is he asking me that? It is natural that boyfriend and girlfriend...
– Well. I do not love you. – ... love each other. What did you said, young man?
– What do you mean by that?
– I meant what I said. I do not love you.
– What do you mean by "I don’t love you"? Why did you ask me to be your girlfriend, then? – I was outraged.
– That’s where the challenge begins. I'll give you within a week to convince me that I love you too.
– And how do you expect me to do that?
– I don’t. But as you say you love me that much ... I want to see if your feelings are able to reach me. - I love him very much, yes. But I'm dying to slap him. – And then, will you accept the challenge?
My rational side - that isn’t that rational - told me to stamp a big "no" on his forehead and walk away, but my heart told me to accept and give my best, fight for what I wanted. But what are my chances? Honestly, I've lost count of how many girls have tried and failed miserably. If I knew he stipulated that challenge, I think I wouldn’t have come here. But I came and that is something totally different now. If I try, I think I can. Yeah, that's right. I know very well which answer I’m going to give to him.
– I will.
– Very well. – He seemed satisfied. – Now I will explain some rules.
– Some… Rules...? – Is this some kind of game?
– Yes, rules. Starting tomorrow, we will begin to act like an authentic couple. If you fail to complete the proposed task until midnight of the next Thursday, we break up.
– Okay. – I replied, really serious.
– And one more thing, don’t you dare to be vulgar. If you break this rule, we will break up immediately. Were I clear?
– Yes ... – I never thought he was that cold and authoritarian.
– Great. Today, I'll take you to your house and tomorrow, around seven o’clock, I will pass by to take you to school.
– What? You don’t need to do that! – I shook my arms dramatically.
– Why don’t you want me to do it?
– Because ... Well, my mom will freak out if she knows what I'm "dating" someone. – I drew the quotation marks in the air with my fingers.
– It is a normal reaction from parents. And besides it, it will not stop me from acting according to what I planned.
– But...
– Be ready at seven o’clock. And that’s all.
– Okay ... – I snorted. – Can I go now?
– I'll go first and, after two or three minutes, you can go too. – I rolled my eyes. I was too tired to argue or complain. I snuggled down and saw him going down the stairs. Look to the problem that life gave me. God, what was I thinking about?
Even if all this seems absurd and even if my prince is not a prince ... I could not help but smile. Fate gave me a chance and I can’t let it slip out of my hands, at all!
After all, he can be authoritarian, cold and calculating, but when we love,  we gotta love the whole package, right? Just as he will likely have to love me, if I can make him fall for me.
It was with those thoughts that I ended up falling asleep while waiting for exactly three minutes to go down the stairs. After all, I didn’t want to start things with the left foot.
I woke up with the music from my cellphone. Someone was calling me. I took it from my pocket and, without looking at the display, and answered it.
– Hello?
– Joan? Where are you?
– Oh, hi, Frankie. – I said while yawning. – I'm on the terrace of the school, why?
– What are you doing there? – My friend asked, indignantly.
– Ah, long story. I'm going down. Where are you?
– In the courtyard.
– Why, is the History teacher sick or something like that?
– No, you asshole. You missed the last three classes after the break.
– What? SHIT! – I could hear a sigh from the other side of the line.
– Come here. I'm already with your stuff. I want to know what made you go stop there.
– I'm going! – I hung up the phone and went downstairs as fast as I could. Once I reached the courtyard, I saw Frankie posing like she was waiting for a long time and was holding my materials and could drop them at any time.
– Finally! Dude, what were you doing there so far?
– It's that I was thinking about some things and ended up falling asleep.
– Huh?
– AH. And I'm dating someone! – I said as I jumped, happy. Frankie didn’t seem to be very impressed.
– Who?
– Daniel.
– Dude, you're going to break up with him in a week and you'll be sobbing later, feeling like a walking piece of shit. And guess who will have to comfort you and listen to you cry on the phone? – She paused dramatically. – ME. – She pointed to herself.
It’s amazing. Frankie is 1, 47 tall, looks like a lovely girl, with her baby face, sweet green eyes and brown hair. And she ALWAYS wears clothes that are bigger than her, which gives her way more cuteness. But then she opens her mouth, and you suspect that she was some kind of crazy robber in her past life.
– None of this will happen if you help me. – I smiled, persuasive.
– Fuck. I hate you.
Haha, that's why she's my best friend.

~ End of the Chapter ~
 

quinta-feira, 21 de março de 2013

Testando O Amor - Capítulo Um





O Pedido

Avisos: Essa história é bem leve, se comparada com as outras e é mais comédia mesmo, mas espero que vocês se divirtam com a retardada da Joan. Boa leitura! <3


[A imagem do capítulo vai aqui, quando estiver pronta]


Oi. Meu nome é Joan e eu tenho dezesseis anos. Tenho cabelos castanhos, um pouco curtos demais para uma menina e olhos normais demais, para que alguém perceba-os. Não sou nem muito alta, mas também não sou baixinha. Minha pele é clara, mas não é aquele exagero descrito em certos livros. Minhas roupas não são chamativas, são apenas normais. Não me destaco na multidão e minhas notas são medianas. Sou uma pessoa normal.
Uma pessoa normal, com amigas normais, com uma vida normal, com uma família normal e com uma paixão normal.
Uma paixão. Não, não é paixão. Eu sei que sou nova e ainda inexperiente, mas acho que o amo. Faria qualquer coisa por ele, mataria e morreria. Pode parecer exagero ou uma confissão dramática de uma adolescente qualquer, mas vocês não entendem o tamanho do sentimento que tenho por ele, seja amor ou paixão. Ou quem sabe uma mistura dos dois.
Eu sequer falei com ele e, se ele sabe o meu nome, já é grande coisa. Somos da mesma sala, mas não me sento perto dele. Não temos amigos em comum - ou melhor -, ele não tem amigos. Os meninos não falam com ele. Houve uma época em que até tentavam, mas Daniel é uma pessoa muito fechada, muito centrado em seu próprio mundo. E ainda assim, faz sucesso com as outras meninas. Não só da minha sala, mas de outras também!
Mas nenhum de seus relacionamentos duram muito. Todos, todos eles, sem excessão, duram uma semana e depois, misteriosamente eles terminam e voltamos à estaca zero.
Eu gosto de passar as aulas observando-o. Ele não parece notar que é observado por mim constantemente, mas eu faço isso em 90% das aulas. É o meu passatempo favorito. Eu podia passar dias, semanas, meses, a minha vida inteira, só observando a ele.
– Jô? – Alguém me chamou, enquanto eu estava imersa em meus pensamentos. Eu estava tão longe, que não pude nem distinguir quem era o dono da voz. Mas aos poucos, eu fui voltando ao mundo real e a voz ficou mais reconhecível, como se eu estivesse saindo de debaixo da água e meus ouvidos pudessem, agora, desempenhar sua função normalmente. – Jô?
– Hm? – Eu olhei para os lados, procurando a pessoa quem me chamou. Quando olhei para frente, o meu amado olhava para mim, com a mesma expressão de indiferença de sempre. – Oh... – Foi tudo o que eu consegui dizer.
– Há algo de errado comigo? – Ele perguntou, já se levantando da carteira com a intenção de vir até mim.
– N-N-Não, de f-forma alguma.  –Patético, patético, patético! Será que não tem como eu me comunicar de forma normal com ele??
– Então o que você tanto observa?
– NADA! – Eu gritei. Não acredito que gritei, meu Deus, que vergonha. Ele continuou andando até mim e abriu um meio sorriso. Devia estar mesmo se divertindo com a babaca aqui. – T-Tá rindo do quê??
– De você. – Ele respondeu, sem aparentar nenhum nervosismo ou preocupação. – De quem mais eu estaria rindo?
Eu não conseguia respondê-lo. Estava paralisada e minhas pernas estavam começando a tremer. Minhas mãos estavam encharcadas de suor e meu coração, acelerado. Ele deve ter notado, pois abriu um sorriso maior ainda.
Eu não sabia como agir e ainda estava ocupada tentando fixar a imagem de seu sorriso em minha mente.
– Agora é intervalo. Está a fim de ir até o terraço comigo? – Eu apenas concordei com a cabeça, os olhos arregalados. Ele passou por mim e sinalizou, a fim de que eu o seguisse. – Ah, e mais uma coisa.
– O quê? – Ele passou um de seus dedos pelo meu queixo e depois o passou pelos meus lábios.
– Você está babando.
Merda!


Incrível. Ele nunca prestou atenção em mim, e quando presta, eu gaguejo feito uma tonta E babo. Ótimo. Como se não bastasse.
Ainda sim, eu decidi seguí-lo. Afinal, não custava nada, não é?
Pelo caminho, algumas pessoas nos olhavam e começavam a cochichar entre si, coisas que eu não conseguia escutar. A maioria das pessoas, eram meninas, mas havia um menino curioso aqui e ali. Eu cheguei a achar que eles iam acabar nos seguindo, mas isso não aconteceu. Quando finalmente chegamos, eu me sentei contra a grade e perguntei:
– E então? – Eu tentava bancar a garota legal, que não se deixa afetar por nada, com uma pose de durona, mas o meu corpo me condenava. A tremedeira estava piorando.
Ele sentou-se de frente para mim. Já não sorria mais, mas mantinha uma expressão divertida.
– Você gosta de mim? – Eu tenho certeza de que fiquei vermelha. Subiu um calor para o meu rosto e eu abria a boca e fechava, que nem um peixinho dourado. – É, acho que gosta. – Ele disse, convencido. Não acredito que ele me trouxe aqui só pra tirar uma com a minha cara.
Mas seu próximo passo quase me matou. Por mais que eu tivesse visto o que estava por vir, fiquei tão nervosa que virei pedra, de tão rígida que eu estava. E antes que eu percebesse, nossos lábios já encostavam-se um no outro e seus braços me envolviam.
O beijo deve ter durado no máximo três segundos, mas eu posso lhe garantir que a minha vida toda, valeu a pena só por causa dele.
– Joan... – Ele se afastou um pouco, para poder olhar-me nos olhos. Uma de suas mãos seguravam meu rosto e eu estava tão feliz que se alguém interrompesse aquele momento, eu acho que matava.
– Sim? – Tentei soar calma, mas até os anjos, em meio a todos os seus afazeres, notaram o tremor contido em minha voz.
– Seja minha namorada. – Daniel disse, como se fosse a coisa mais natural do mundo. Eu fiquei quieta, esperando ele dizer "Brincadeirinha! Enganei você, boba!", mas nada disso aconteceu. Então comecei a divagar.
Será que durante todo esse tempo, ele era imensamente apaixonado por mim? Será que é por isso que seus relacionamentos anteriores duraram tão pouco? Quem sabe ele só estivesse tentando me esquecer, achando que eu era uma espécie de mulher inalcançável, que nem naquelas cantigas de amor da época do Trovadorismo! Oh, pobrezinho! Mal sabe ele que eu sinto a mesma coisa que ele sempre sentiu.
– Joan? – Ele disse o meu nome pela quarta vez, em um mesmo dia! É, eu estou contando.
– Hã?
– E então, você aceita?
– AH! ACEITO! – Ele não estava brincando, então eu fiquei no mínimo eufórica.
– Ótimo. Agora eu vou te lançar uma espécie de desafio. – Ele se levantou, sem nem mesmo estender a mão para me ajudar a fazer o mesmo.
– Desafio? Como assim?
– Você me ama, não ama?
– Claro que eu amo. Senão não teria aceitado, né? – Que coisa óbvia, por que ele está me perguntando uma coisa dessas? É natural que namorado e namorada se...
– Pois bem. Eu não amo você. – ...Se amem. Como disse, rapazinho?
– O que quer dizer com isso?
– Eu quis dizer o que eu disse. Não amo você.
– Como assim "não me ama"? Por que me pediu em namoro, então? – Eu estava indignada.
– E aí que entra o meu desafio. Eu te darei o prazo de uma semana para que me convença de que eu a amo também.
– E como espera que eu faça isso?
– Eu não espero. Mas como você diz me amar tanto assim... Quero ver se os seus sentimentos são capazes de me alcançarem. – Eu o amo muito, sim. Mas estou morrendo de vontade de esbofeteá-lo. – E então, aceita o desafio?
Meu lado racional - que não é lá aquelas coisas - me disse para estampar um grande "não" na testa dele e sair andando, mas meu coração me dizia para aceitar e dar o melhor de mim, lutar por aquilo que eu queria. Mas quais eram as chances de eu conseguir? Sinceramente, eu já perdi as contas de quantas meninas tentaram e falharam miseravelmente. Se eu soubesse que ele estipulava tal desafio, acho que nem teria vindo até aqui. Mas eu vim e isso é algo totalmente diferente agora. Se eu me esforçar, acho que consigo. É, isso mesmo. Já sei muito bem a resposta que vou dar.
– Aceito.
– Muito bem. – Ele pareceu satisfeito. – Agora vou lhe explicar algumas regras.
– Algumas...Regras? – Isso é algum tipo de jogo?
– Sim, regras. A partir de amanhã, começaremos a agir como namorados autênticos e, se você não conseguir completar a tarefa proposta com sucesso até meia-noite da próxima quinta, terminamos.
– Certo. – Eu respondi, verdadeiramente séria.
– E mais uma coisa, não se atreva a ser vulgar. Se quebrar essa regra, terminaremos imediatamente, não importando se o prazo ainda não tiver acabado. Estamos entendidos?
– Sim... – Eu jamais imaginei que ele fosse tão frio e autoritário dessa forma. Chega a me assustar um pouco.
– Ótimo. Hoje, eu te levarei até a sua casa e amanhã, por volta das sete, estarei lá para te levar à escola.
– O-O quê? Não precisa fazer isso! – Balancei os braços, de forma dramática.
– Por que não quer que eu o faça?
– Porque...Bem, minha mãe vai pirar se souber que eu estou "namorando". – Eu desenhei as aspas no ar, com os dedos.
– É uma reação normal dos pais. E além do mais, isso não vai me impedir de agir de acordo com o que planejei.
– Mas...
– Esteja pronta às sete. E nada mais.
– Está bem... – Eu bufei. – Posso ir agora?
– Eu irei primeiro e, depois de dois ou três minutos, você pode descer. – Revirei os olhos. Estava cansada demais para retrucar ou discutir. Aconcheguei-me no chão e o vi descer as escadas. Olhem bem a confusão em que me meti. Meu Deus, no que eu estava pensando?
Mesmo que tudo isso me pareça um absurdo e mesmo que o meu príncipe encantado não seja um príncipe tão...Príncipe, eu não pude evitar abrir um sorriso. O destino me deu uma chance e eu não posso deixar ela escapar de jeito nenhum!
Afinal, ele pode ser autoritário, calculista e frio, mas quando a gente ama, tem que amar o pacote completo, não é mesmo? Assim como ele provavelmente vai ter que me amar, se eu conseguir fazê-lo se apaixonar por mim.
Foi com esses pensamentos que eu acabei adormecendo enquanto esperava três minutos exatos para descer as escadas. Afinal, eu é quem não queria começar as coisas com o pé esquerdo.
Acordei com a música do meu celular. Alguém estava me ligando. Eu o retirei do bolso e, sem olhar no visor, atendi.
– Alô?
– Joan? Cadê você?
– Ah, oi, Frankie. – Eu disse, enquanto bocejava. – Eu estou no terraço da escola, por quê?
– O que você está fazendo aí? – Minha amiga perguntou, indignada.
– Ah, longa história. Eu já vou descer. Onde você está?
– No pátio.
– Ué, o professor de História faltou?
– Não, sua babaca. Você cabulou as últimas três aulas depois do intervalo.
– Quê?? MERDA! – Pude ouvir um suspiro do outro lado da linha.
– Desça logo. Eu já estou com as suas coisas. Quero saber o que te fez ir parar aí.
– Estou indo! – Eu desliguei o celular e desci as escadas o mais rápido que pude. Assim que cheguei ao pátio, vi Frankie com pose de quem já me esperava a muito tempo e segurando meus materiais como se fosse soltá-los a qualquer momento.
– Finalmente! Cara, o que você ficou fazendo lá até agora?
– É que eu fiquei pensando em algumas coisas e acabei pegando no sono.
– Hein?
– AH. E eu estou namorando! – Eu disse enquanto batia palminhas e pulava. Frankie não pareceu nem um pouco impressionada.
– Com quem?
– Com o Daniel.
– Cara, vocês vão terminar em uma semana e você vai estar aos prantos por aí depois, se sentindo uma merda ambulante. E adivinha quem vai ter que te consolar e ficar ouvindo os seus choros no telefone? – Ela fez uma pausa dramática. – EU. – E apontou para si mesma.
Era incrível. Frankie tem 1, 47 de altura, parece ser uma menina adorável, branquinha, lindinha, fofinha, de olhinhos verdes mais doces que açúcar, cabelo lisinho e castanho, usa roupas que SEMPRE são maiores que ela e consegue enganar com uma falsa meiguice quando quer. Mas depois que ela abre a boca, você desconfia de que ela foi algum tipo de maloqueira na vida passada.
– Nada disso vai acontecer se você me ajudar. – Eu sorri, persuasiva.
– Ai, lá vem merda.
Haha, é por isso que ela é minha melhor amiga.

~ Fim do Capítulo ~