terça-feira, 16 de abril de 2013

As The Snow Falls - Chapter One





Unrest

Death the Queen is speaking:
Hello! How  have you been? I hope that everything if fine with you! (:
Since I know that some foreigners (including some amazing friends of mine) read my stories, I decided to translate this one too. It's very different from 'Testing Love', because 'As The Snow Falls' is a horror story. I like to try writting different genres of stories, so I hope that you'll like this one.
I don't have many things to say, but I hope that you'll enjoy Elloise's adventure! Enjoy! <3 

[the image of the chapter will go here, when I finish to draw it]

It was a cold afternoon during the month of September, when a young lady was walking alone on a forest trail. She had teary eyes and her hair was all tangled and dirty. The lips seemed to be cracking due to the dryness, like if they’ve never tasted anything liquid before. And the clothes – I’m not sure if they could be considered clothes – were composed by a lot of old rags crawling across the ground like a dirty dress.
She was walking barefoot on the humid ground, only wandering, with no idea of where to go. She was carrying the pain of melancholic thoughts, but she had a blank expression in her face. Her arms were hurt and it looked like if someone had cut her in little pieces, but she didn’t seem to care.
Tired, she crouched with her hands pressed against her stomach, letting her forehead touch the cold ground. She started to cry again and many painful thoughts started to emerge. The funniest thing was that some of them weren’t even hers.
She could do nothing and the only thing that she was able to do in the next minute was to throw up a red smudge in the white scenery that was starting to appear.
It was snowing.


Near to the forest, there was a small town where only a few lived, since many of them wanted to change their lives moving to the big city. The majority of the population there is composed by farmers and once someone decides to live there for the rest of their lives, they know already that they shouldn’t have any big expectations in life.
The only connection they had with the big city was a road and they usually take four hours to get to the city.
The population was a little restless with the rumors that a family from the big city was moving to the town, in the middle of nowhere. They knew nothing about them, but some people said that the man was a very important entrepreneur and his family had a good status in the high society.
Elloise, the entrepreneur’s daughter, wasn’t very happy with the situation.

 – Why do we have to move to another city? I bet that they don’t even know what internet is!

 – Calm down, Elloise. I can’t do anything, it’s because your father’s work. We already talked about it.

 – But why him? There are so many other people that they could send!

 – His boss decided it, he had to accept it.

 – Well, and what about ME?

 – Darling, the world does not turns around you.

Her mother gave her a severe look and left the room without saying anything.
Elloise threw herself on the couch and sighed.
Her family was foreign. They arrived in that country with nothing, and when she finally thought it was everything okay, it happens.

– Damn it! – She threw one of the couch cushions against the wall, still trying to accept the idea.

 – Have you packed your belongings already? – Her mother yelled.

 – No…

 – What are you waiting for?

– Ugh... – She rolled her eyes.



~ End of the chapter ~

domingo, 14 de abril de 2013

Ao Cair da Neve - Capítulo Dois





Elsenward


[A imagem do capítulo vai estar aqui, quando estiver pronta]

A neve havia cessado de madrugada, mas a sua presença ainda era evidente, em todas as árvores, na estrada, no telhado das casas.
Elloise apreciava a paisagem de vez em quando, entediada.
– Falta muito para chegarmos no fim de mundo?
– Não, querida. – Sua mãe respondeu-a. – E o nome da cidade é Elsenward.
Em resposta ao olhar severo de sua mãe, Elloise revirou os olhos, com desprezo.
– Pouco me importa o nome dessa droga de cidade.
– Não diga isso. – Seu pai, até então quieto pronunciou-se. – Essa "droga" de cidade é agora nosso lar.
– Mas por que justo você tinha que ser transferido, papai??
– Porque eles precisam de alguém experiente para cuidar das coisas por aqui. Não podiam mandar o John.
– Claro que não podiam, ele é um babaca. – Elloise já tinha ouvido falar dele. Nada bom, se quer saber. – Não sei nem porque ainda não demitiram um cara que quase levou a empresa à falência.
O pai riu com a indignação da filha.
– Oh, já estamos chegando.
Elloise olhou para fora de novo e, dentre as árvores, jurou ter visto alguma coisa. Um animal, talvez? Não, seja lá o que fosse, andava como um ser humano.
Devia ser humano. Quem sabe estava fazendo uma trilha pela floresta?
Deve ser a única coisa que tem pra se fazer aqui.

Na entrada da cidade, havia uma placa simples de madeira com os dizeres "Bem-vindo a Elsenward – A cidade mais pacífica do país"
Correção, a cidade mais tediosa do mundo todo. – Elloise pensava, azeda.
Ao estacionarem o carro, Elloise desceu e fez questão de mostrar-se mais indignada do que antes.
– Mamãe, quantos quartos esta casa tem?
– Dez, no máximo. – Ela ficou de queixo caído. Dez quartos? Não daria para guardar todas as suas coisas nem que jogasse metade fora. – Deixo você escolher o maior quarto.
– Os maiores quartos, você quis dizer.
– Não. Querida, um quarto para você é suficiente.
– Mas e as minhas coisas?
– Não são tantas assim, um quarto é suficiente. – Sua mãe afirmou.
O pai abriu a porta da frente e se preparou para descarregar as malas. – A casa já estava parcialmente mobiliada, visto que o caminhão de mudanças foi para lá com o carro de mudanças no dia anterior e os móveis foram colocados na disposição ordenada pelo casal.
Apenas os quartos ainda não estavam mobiliados, por isso Elloise ainda poderia escolher.
Ela subiu as escadas, os passos ressoando pela casa.
Desde que chegara tinha aquela sensação de estar sendo observada por alguém. Que desagradável.
Os quartos não eram muito bonitos, as paredes estavam descascando, mas conseguiu escolher o maior. Era o único que tinha uma varanda também.
– Mamãe, papai! Já escolhi o meu quarto!
– Muito bem, querida. Daqui a meia hora o caminhão de mudança chega com os seus móveis. Ela assentiu e pegou sua mala, já verificando se não havia esquecido nada.

Em resumo, ao fim do dia seu quarto já estava mobiliado e ela apenas colocou suas roupas e sapatos no guarda-roupa e decorou-o novamente com o seu tapete, seu mural de fotos, seus cadernos, tudo.
Sua mãe foi até lá e entregou-lhe uma espécie de uniforme, dobrado.
– O que é isso? – Elloise desdobrou as roupas. Eram horríveis ao seu ver. – Pelo amor de Deus, não me diga que vou ter que usar isso.
– Sim, vai. É o uniforme do colégio. Providenciei-o o mais rápido possível para você frenquentar as aulas. E o seu material está lá embaixo.
Elloise fez uma careta e jogou o uniforme dentro do guarda-roupa.
– Vai ver só, quando menos esperar, já vai ter se acostumado com a vida pacata daqui.
Humpf. Duvido muito.

~ Fim do capítulo ~

Ao Cair da Neve - Capítulo Um




Inquietação
Avisos: Esta é uma das outras histórias que eu postava em um outro site, anteriormente. Eu gosto de escrever vários tipos diferentes de histórias e esta é uma história de terror. Espero que vocês gostem desta história também e de minhas personagens. 
Boa leitura! (:

 [A imagem do capítulo vai estar aqui, quando estiver pronta]
 
Era uma tarde fria do mês de Setembro, quando uma jovem andava sozinha por entre uma trilha na floresta. Seus olhos estavam marejados e os cabelos, antes belos, estavam todos embaraçados e sujos. Os lábios pareciam rachar-se de tão secos, era como se nunca tivessem tocado em algo líquido. A roupa era composta apenas por trapos que se estendiam até o chão como um vestido sujo.
Ela andava descalça naquele chão úmido, apenas vagando sem ter exatamente para onde ir. Ela carregava a dor de lembranças melancólicas, mas possuía uma expressão vazia. Seus braços possuíam marcas horríveis, como se a tivessem cortado em pedaços, mas ela não parecia se importar.
Já cansada, ela agachou-se com as mãos pressionando o estômago e deixou a testa encostar-se no chão. Ela voltou a chorar, era como se milhares de lembranças dolorosas viessem à tona. Algumas nem chegavam a ser suas.
Tudo o que conseguiu fazer no minuto seguinte, foi vomitar um borrão de vermelho, no cenário branco que começava a se formar.
Estava nevando.

Próxima à floresta, havia uma cidadezinha pequena, onde viviam poucas pessoas, já que a maioria saia de lá, em busca de trabalho nas cidades grandes.
Eles viviam do trabalho rural e da agropecuária. Era muito difícil que alguém, uma vez que decidisse morar ali pelo resto de sua vida, tivesse expectativas muito grandes. A única ligação que eles tinham com a urbanização, era uma estrada, que os levava à cidade grande, localizada a aproximadamente 160 quilômetros dali. A população estava um pouco inquieta, com os rumores da chegada de uma família que vinha da cidade grande para morar ali, naquele lugarzinho de nada. Segundo o que diziam, o homem era um grande empresário e sua família tinha um bom status na sociedade.

Elloise, filha do tal empresário, não estava nada feliz com a idéia da mudança:
– Por que temos que morar naquele fim de mundo? Aposto que nem tem Internet lá!
– Acalme-se, Elloise. Eu não posso fazer nada, é por causa do trabalho de seu pai, já conversamos sobre isso.
– Mas por que justo ele tem que ir pra lá?
– Foi decisão do chefe, seu pai teve que aceitar.
– E como EU fico?
– Oras, o mundo não gira em torno de você, meu anjo.
Sua mãe deu-lhe um olhar severo, e saiu da sala sem dizer mais nada.
Elloise se jogou no sofá e suspirou.
Sua família era estrangeira. Eles chegaram naquele país sem nada, e quando finalmente achou que estavam bem, isso acontece.
– Mas que droga! – Ela atirou uma das almofadas do sofá contra a parede, ainda tentando aceitar a idéia.
– Elloise, já arrumou suas malas? – Gritou sua mãe.
– Ainda não terminei...
– Então está esperando o quê?
– Já vou, já vou. – Ela respondeu revirando os olhos.



~ Fim do capítulo ~

A Aluna Favorita - Capítulo Três





Quer Experimentar o Recheio?

Avisos: Nada para acrescentar até o momento. Como este foi o capítulo que eu mais gostei de escrever, não mudei nada. Mas espero conseguir escrever mais capítulos como este. 
Espero que gostem, aproveitem a leitura! <3

[A imagem do capítulo vai estar aqui, quando estiver pronta]


O sinal tocou e Ângela deu um pulo da cadeira, com o susto.
– Ângela? – Cherrie a cutucou – Tudo bem?
– Sim. – Ela respondeu, seca.
Cherrie decidiu apenas seguí-la em silêncio para o laboratório de Química. Sabia que ela estava irritada, mas não sabia o porquê.
Chegando lá, o professor ordenou que se formassem trios para fazer uma experiência. Sendo assim, Cherrie e Ângela formaram um trio com a garota anoréxica que tinha na sala.
Rebecca era desengonçada e esquisita. Tinha uma pele tão alva e olheiras tão fundas que parecia um zumbi. Sem falar na magreza exagerada, que a tornava anormalmente macabra.
– Oi, Assombração. – Ângela disse, cantarolando.
– Oi. – Rebecca não pareceu se importar.
– Oi!
– Quem é essa?
– Eu sou a Cherrie, a...
– A nova favorita do professor. – Ângela interrompeu.
– Está falando sério? – Ela esbugalhou os olhos.
– Aham. – Ângela balbuciou fitando as próprias unhas.
– Eu não sou a favorita dele. – Ela retrucou, indignada.
– Espero que não seja mesmo. – Rebecca olhava em seus olhos. – Porque senão você está perdida.
– Por quê?
– Não dá pra falar sobre isso aqui. – Ela voltou o olhar para Ângela, que estava entretida mexendo no celular.
– Ah, tá, entendi.
Ângela parecia nerd. Era até inteligente, mas agia como uma pessoa popular, sempre se interando das fofocas e conversando com quase todo mundo. Sem contar que ela era como uma cobra venenosa, tinha uma língua afiada.
As três estavam todas distraídas mesmo estando fazendo os experimentos e os relatórios.
– Pessoal, quero que testem esse experimento em casa e depois me digam o que aconteceu, ok?
– Pode ser em grupo, professor?
– Sim, Ângela, pode.
– Ótimo. – Ela se virou para as duas. – Façam o trabalho e depois eu vejo como ficou.
– Mas Ângela...
– Mas nada! Eu tenho um compromisso hoje.
– Tudo bem, Ângela. – Rebecca a acalmou. – A gente faz. Mas não dá pra ser na minha casa, pode ser na sua?
– Claro.
– Seus pais não vão se incomodar?
– Não. Eles estão fora da cidade.
– Ah, então tudo bem.

Ao tocar o sinal novamente, a sala se dirigiu para a cozinha, para a aula de Culinária.
– Bom dia, alunos! Se dividam em grupos, trios, duplas, como quiserem! Faremos sobremesas hoje!
– Que tal mousse de chocolate? – Rebecca sugeriu.
– Não! Vamos fazer uma torta holandesa! É muito mais chique! – Ângela replicou.
– Quem está a fim de fazer torta de morango? – Um garoto que estava sozinho gritou. Cherrie correu até ele.
– Posso te ajudar com a torta de morango? – Qualquer um seria melhor que Ângela, para Cherrie.
– Pode. Mas tem que botar a mão na massa, hein? Nada de moleza!
– Tá, pode deixar!
Ângela acabou se juntando a outras meninas e Rebecca se sentou em um cantinho, com vontade de comer alguma coisa.
Enquanto preparavam a massa e o recheio, o professor entrou na sala.
– Com licença, mas a inspetora perguntou se a papelada que você pediu para xerocar já está em ordem.
– Oh! Eu tenho que buscar lá no carro! Pode tomar conta deles enquanto vou lá?
– Claro. – Ele disse, de maneira gentil.
– Obrigada! – Assim que ela saiu, ele pôs os pés na mesa e deu uma medida na sala.
– O que estão fazendo?
– Cozinhando. – Uma das garotas respondeu.
– Cozinhando, é? – Ele se levantou e chegou perto da mesa dela. – Cozinhando o quê?
– Estamos assando um bolo. Quer experimentar o recheio?
Ângela arregalou os olhos e começou a se sentir desconfortável em sua cadeira. Estava visivelmente incomodada com a situação.
A garota passou o dedo em uma das tigelas e o estendeu para o professor, que lambeu o dedo dela da forma mais sensual possível.
Ângela derrubou uma espátula no chão.
Ele olhou para ela, quase rindo.
– Algum problema, Ângela? – Ele disse em tom de deboche, enquanto dava mais uma lambida no dedo da garota que estava ficando maluca.
– Não, professor. Problema nenhum.
Ele sorriu e se afastou da mesa da menina e encostou-se na mesa da professora novamente, buscando com os olhos, sua pequena favorita.
Cherrie estava vermelha, se esforçando ao máximo para que seus olhos não encontrassem o do professor.
Ele andou até Cherrie.
– E então, - Ele se apoiou no balcão. – Está cozinhando algo pra mim?
Cherrie estremeceu. Ele pôs a mão em seu queixo, obrigando-a a olhar para ele.
– Me responda. – Seu tom era imperativo e firme. Não havia quem conseguisse questioná-lo.
– M-Me desculpe, mas eu, eu...Não sei se poderei lhe dar um pedaço da torta...
– E como vai fazer para retribuir o chocolate que te dei?
A classe parou de fazer qualquer coisa. Qualquer movimento, qualquer barulho, cessou.
Todos queriam ouvir a resposta de Cherrie.

~ Fim do capítulo ~

A Aluna Favorita - Capítulo Dois


 
 
Bombom de Chocolate

Avisos: Olá! Tudo bem com vocês? Eu espero que sim! 
Não tenho muito o que dizer em relação à história, então acho que só vou pontuar as mudanças feitas e explicar o porquê de eu não ter postado as imagens ainda. Eu tenho desenhado as imagens, mas eu queria tentar colorí-las no computador, porque acho que ficaria mais legal. Mas descobri que sou uma negação, sem contar que não consigo achar um lugar confiável para baixar nenhum programa bom, haha.
Enfim. Não há muitas mudanças ainda, só dei uma atualizada e troquei o 'MSN' pelo 'Facebook'. Ah, e claro, tirei a parte da pequena conversa virtual que a Cherrie teve com o professor. As redes sociais vão ser importantes depois, mas não agora. ;)
De qualquer forma, tenham uma boa leitura! <3

[A imagem do capítulo vai estar aqui, quando estiver pronta]

Quando já estavam um pouco longe do colégio, Cherrie deu uma olhada para trás, para ter certeza de que ninguém as ouviria.
– O que aconteceu, amiga? – Ângela usava um tom amigável.
– Ângela, aconteceu um negócio muito estranho!
– Desembucha, menina! – Seu tom mudou de repente.
– O professor me beijou!
– O quê?? – Os olhos se arregalaram.
– Você ouviu muito bem!
– Tem certeza disso?
– Como assim, Ângela? É claro que eu tenho!
– Mas por que ele beijaria você?
– Eu vou lá saber!
– Quer dizer, ele tem tudo quanto é garota gostosa aos pés dele e ele resolve beijar justo você?
– Está dizendo que não sou bonita? – Cherrie emburrou-se.
– Não é isso. Estou dizendo que se eu fosse ele, ia escolher uma aluna mais...Mais...”Bem dotada”, se é que me entende.
Cherrie estava sem argumentos.
– Mas também pode ter sido sem querer. – Ângela continuou, pensativa.
– Será?
– É claro! Vai ver ele ia te dar um beijo na bochecha, mas daí você se virou e seus lábios se encontraram!
– É, talvez... – Isso fazia muito mais sentido. – Você tem razão, eu acho que foi isso o que aconteceu... Bom, mas em todo caso, a minha casa fica para este lado, então nos separamos aqui.
– Verdade. – Angela pegou uma caneta da bolsa. – Me dá a sua mão.
– Pra quê?
– Pra eu escrever o meu Facebook e você me adicionar.
– Ah, tá. Quando eu chegar em casa, te adiciono.
– Ok! – Ela terminou de escrever – Depois nos falamos, tchau!
– Tchau!
Cherrie andou alguns poucos quarteirões e chegou até a sua casa. Era uma casa grande, com as paredes cor de creme e um jardim florido nos fundos da casa. Ela entrou e trancou a casa novamente, verificando se trancou direito, cerca de três vezes.
Não gostava de morar sozinha. Mas estava tudo bem pois seus pais viriam morar com ela no mês que vem.
Ela separou uma roupa para usar em casa, em cima de sua cama, e tirou o uniforme. Depois de tomar um banho, dirigiu-se para o quarto novamente e colocou um vestidinho amarelo florido e uma sandália. Ela adorava vestidos leves e qualquer tipo de coisa que dissesse a respeito de moda.
Indo para a cozinha, ela fez um pouco de arroz japonês e fritou um ovo. Cortou alguns tomates e colocou tudo em um prato. Esse seria o seu almoço.
Sentou-se confortavelmente no sofá e ligou a televisão. Morar sozinha tinha uma vantagem: Ela não precisava agir como uma dama o tempo todo e podia viver de acordo com suas próprias regras, como por exemplo, comer no sofá. Sua mãe a mataria se visse uma cena dessas, era muito rígida.
Depois de assistir um filme qualquer, voltou para a cozinha e lavou a louça. No momento em que terminou e foi secar as mãos, viu as letras borradas que Ângela havia escrito em sua mão.
Ela ligou o computador e decidiu adicioná-la logo, antes que se esquecesse. Elas se conheceram há apenas algumas horas, mas Cherrie já havia decifrado alguns traços de sua personalidade e a última coisa que ela queria ver agora, era Ângela irritada.
Assim que entrou no Facebook, adicionou Angela, que a aceitou quase que imediatamente. Apesar disso, Ângela não veio falar com ela, mas checou todas as suas fotos e informações pessoais, com uma velocidade impressionante.
Cherrie balançou a cabeça, achando engraçado e desligou o computador.



No dia seguinte, Angela já a esperava na rua perto do colégio.
– Bom dia! Decidi te esperar hoje!
– É, estou vendo! Que bondade a sua. – Ela disse, mas em tom de brincadeira.
– Né? Eu sei, é uma das minhas maiores qualidades! – Ângela disse, piscando.
Elas andaram por todo o caminho conversando. Ou melhor, Cherrie mantinha-se quieta enquanto Ângela contava algumas fofocas à ela.
–...E daí, os pegaram dando uns amassos lá, acredita??
– Aham... – Era difícil mostrar interesse nas fofocas de Ângela. Cherrie nunca foi o tipo de pessoa que se metia em assuntos que não lhe diziam respeito.
– Ei, o que foi? – Ângela a fitou, com um olhar de desaprovação. – Está tudo bem?
– Está, sim. – Cherrie continuava distraída, mas então ela abriu um sorriso e acenou.
– O que foi? – Ângela seguiu o olhar dela. – Ah, o professor... – Ela revirou os olhos, de forma discreta. – Não acha que ele gosta de você, né?
– Para com isso, claro que não... – Ela não tirava os olhos dele.
– Porque, como eu disse, você não...
– De novo com essa história de eu não ser bonita?? Você gosta dele por acaso, é??
– Mais ou menos. – Ângela respondeu sem hesitar.
Cherrie parou de andar e olhou para Angela, que agora olhava para o céu.
– Sério? Por que não me disse antes?
– Por que eu diria? A maioria das meninas gosta dele. Você saber que eu gosto, não faria diferença nenhuma.
– Hum...
O professor se aproximou, sorrindo gentilmente. Ele cumprimentou Cherrie com um beijo no rosto e deu um “oi” para Ângela.
Ele tirou um bombom do bolso e o estendeu para Cherrie.
– Quer?
– Puxa, obrigada!
– E eu, professor? – Indagou Ângela, com a mão já estendida.
– Ah, tem para você também. – Ele vasculhou o bolso. – Aqui está.
Ela pegou o chocolate satisfeita, abrindo-o imediatamente e colocando-o na boca, vitoriosa.
Cherrie riu sem graça e entraram dentro do colégio.

A primeira aula era de História. A maioria dos alunos não gostava muito da aula, pois a professora era uma senhorinha de uns oitenta anos que era tão maçante quanto a aula em si. E claro que Cherrie já estava no grupo. Ângela, por outro lado, parecia estar bastante entretida enquanto trocava bilhetinhos e soltava risinhos maliciosos.
Ela se lembrou do bombom que o professor lhe deu e retirou-o do bolso. Era um simples chocolate ao leite, de uma marca conhecida. Ela o desembrulhou e o comeu, saboreando o chocolate e exibindo um sorriso discreto, mas satisfatório.
Ângela a observava de sua carteira, enciumada. Por que ele deu o bombom para ela primeiro? E a forma como ele sorria para ela? Será que Cherrie era sua nova favorita?
Aquilo não era nem um pouco justo. Ela já fora a favorita dele, mas quando começou a usar óculos e aparelho dental, fora enxotada.
Mas ela não desistiria assim tão facilmente. Iria reconquistá-lo de qualquer jeito.

 ~ Fim do capítulo ~