As Favoritas
Avisos
Oi, gente! Como eu já expliquei antes tudo o que estava rolando, já vou falar do capítulo mesmo, sem enrolação.
Mudei muitas coisas nesse capítulo, a começar pelo título. Quem acompanhava a história no site do Nyah, sabe que o capítulo quatro era chamado de "Ameaça", justamente porque a Ângela passava mal e o professor a ameaçava, pra que ela não interferisse nos planos dele em relação à Cherrie. Mas nessa nova versão da história, isso não acontece, o final está completamente diferente. Eu pensei em mostrar um pouco mais a relação que a Cherrie, a Ângela e a Rebecca estão construindo (seja ela boa ou não). E tentar tornar as coisas um pouco mais interessantes, pra não ficar só entre a aluna e o professor. O que quero dizer é que o professor (ao menos de início), será o menor problema da Cherrie.
Eu vou para de "falar" e vou deixar vocês lerem a história logo de uma vez... E sim, sou dramática e tem muito palavrão neste capítulo. "Cês" vão ficar assim, ó: (°ロ°)
Boa leitura, pessoal! <3
[A imagem do capítulo vai estar aqui, quando estiver pronta]
Por que a situação lhe parecia tão ruim? Seria somente por
estar sendo o centro das atenções ou seria por causa da forma como tudo estava
se desenvolvendo?
A forma como ele falava fazia parecer que ela devolveria um
simples bombom na forma de favores – não importando a natureza dos mesmos.
Certamente, a fazia parecer promíscua, diante dos olhos de seus novos colegas
de sala.
Cherrie suava frio e sentia sua perna formigar de leve,
enquanto pensava em uma maneira de contornar a situação e parar de agir como um
peixinho de aquário, com os olhos esbugalhados e a boca aberta, deixando vazar
um pouco do seu desespero.
– Eu... Eu...
O professor esperava ansioso pela resposta, torcendo para
que ela cedesse logo no início, mas seu show foi interrompido pela entrada da
professora, que parecia um tanto indignada.
– Aquela mulher está mais caduca a cada dia que passa!
– O que houve? – Han afastou-se de Cherrie e voltou à sua
pose habitual, livrando-o de qualquer situação suspeita envolvendo suas alunas.
– Quando eu cheguei lá, a inspetora disse que não havia me
chamado e que tampouco sabia de que papéis eu estava falando... E mesmo depois
de eu mencionar que foi você que passou o recado, ela se fez de desentendida!
– Acalme-se, acalme-se. Eu vou lá falar com ela por você,
talvez a memória dela esteja falhando.
– Mesmo? Você faria isso por mim?
– Claro que sim. – Ele disse abrindo um sorriso gentil,
capaz de abalar as estruturas de qualquer mulher despreparada.
– Obrigada... – A professora disse, corando levemente.
– Hmm, professora, tem um pouco de rosto no seu vermelho! –
Um dos meninos disse em voz alta, rindo.
– Fique quieto, Julien! – Seu rosto queimava agora e os
meninos riam, ao verem que seu objetivo foi alcançado. Qual não foi a sua
surpresa, ver Han rindo com os meninos, sem parecer incomodado com a ideia.
No entanto, antes que pudesse contestar qualquer coisa, ele
se retirou dizendo:
– Bom, eu já vou indo. Até mais, Lilian.
E ela suspirou encantada.
Ao término das primeiras aulas, todos saíram de suas
respectivas salas, ansiosos pelo intervalo.
Cherrie parecia aliviada, especialmente porque o ódio de
Ângela estava voltado para sua professora, que agora sorria tímida toda vez que
passava por Han.
Claro, Ângela não era a única que repassava os fatos da
última aula. Cherrie acreditava que tudo aquilo fora, no mínimo, estranho.
Será que seu novo professor sabia o que estava fazendo? Quer
dizer, se alguém soubesse do que aconteceu na última aula, ele provavelmente
seria chamado na diretoria e poderia perder seu cargo. Ou será que ele é um
galanteador ingênuo? Não dava realmente pra saber...
– Pensando onde vai sentar? – Han interrompeu os pensamentos
de sua aluna, que levou um susto.
– Ah... Não... Eu já sei aonde vou me sentar. – Ela diz,
apontando para um cantinho perto do lixo, se arrependendo instantaneamente.
– Ali? – Ele pergunta em um tom de deboche. – Se quiser,
pode se sentar comigo, ali naquela mesa.
A tal mesa, por sua vez, era extremamente atraente, se
comparado com aquele cantinho escolhido por ela, mas não sabia se devia aceitar
sua oferta, depois de tudo o que aconteceu nas últimas horas.
– Não se preocupe, professor. Eu vou me sentar ali mesmo. –
Ela diz, abrindo um sorriso amarelo.
– Qual é, está com medo daquela ruiva?
– Fala da Ângela? Não, não é isso... Eu só... Só não quero
que ela pense coisas erradas.
– Ora, mas qual seria o problema? – Ele se agachou e ficou
na altura dela, abraçando-a pelo ombro e encostando-se nela.
– Professor pare com isso, as pessoas vão começar a olhar.
Ângela, que estava sentada com as amigas, colocou os
talheres na mesa, indignada.
O professor beijou o pescoço de Cherrie, apenas por
provocação.
Cherrie estava paralisada. Sentiu um pequeno formigamento
onde ele a beijou, tinha gostado. Deu um certo prazer irritar Ângela, mas não
queria fazê-lo novamente.
Ângela queria dar um soco em Cherrie. Dava raiva só de ver
que ela não se manifestava. Por que não o empurrava para longe?
– Ah, e lembre-se... Se aquela ruiva te fizer alguma coisa,
me avise e tomarei as medidas que forem necessárias.
A jovem não pode evitar sentir-se envergonhada e sentia seu
rosto mais vermelho que o de sua professora, ao sentir o hálito quente dele em
sua orelha.
O sinal tocou e ele puxou-a para si, fazendo-a se levantar.
– Vamos. Agora é a minha aula mesmo.
Cherrie se manteve quieta, se deixou levar por ele.
Chegando à sala, ela desgrudou dele e sentou-se em sua
carteira.
– Viu? Não foi divertido? – Foi, de certa forma. Mas não
podia admitir isso.
– Mas agora Ângela vai ficar com raiva de mim...
– E daí?
Rebecca entrou na sala, quieta, mas com um sorriso sombrio.
Cherrie ficou se perguntando se ela teria visto o que aconteceu. Ângela entrou
logo depois, ignorando o professor e Cherrie.
Quando todos voltaram do intervalo, ele começou a aula, com
alguns exercícios simples.
– São exercícios simples. Aqueles que estudaram a lista de
vocabulário novo que eu passei, vai fazer isso rapidinho. Vocês têm vinte
minutos, entenderam?
– Sim, professor. – A sala respondeu, em uníssono.
Ao contrário do primeiro período, o segundo correu
tranquilamente, e antes que percebessem, estava na hora de ir para casa.
Cherrie ansiou por esse momento desde o intervalo. Só queria ir pra casa trocar
de roupa e esquecer-se de tudo o que aconteceu no seu segundo dia de aula.
Ela estava a caminho do portão de entrada da escola, quando
um grupo de meninas se interpôs e seu caminho. Quando Ângela apareceu, Cherrie
não ficou nem um pouco surpresa.
– Será que você tem tempo para uma conversinha? – Ela
perguntou, sem estar se importando muito com a resposta de Cherrie.
– Não podemos conversar depois? Eu realmente queria ir pra
casa agora, estou cansada... – Cherrie disse, tentando contornar o grupo.
– Não, não pode ser depois. – As demais meninas do grupo se
juntaram, fazendo com que ela se sentisse encurralada. – Você não precisa se
preocupar, eu só quero ter uma conversinha rápida com você... Amiga.
– Sobre o quê?
– Sobre o que aconteceu no intervalo hoje.
– Ângela, eu não...
– O que ele queria com você?
– Ele não queria nada.
– Eu te vi conversando com ele na entrada do refeitório. Não
parecia que ele não queria nada.
– Ele só queria saber se eu estava bem.
– Eu não sei se você já captou como as coisas funcionam por
aqui, mas eu não sou idiota. O que ele disse pra você naquela hora, quando ele
sussurrou no seu ouvido?
– Angel, deixa pra lá. Vai ver ele só queria saber qual era
o preço da hora dela, haha. – Uma das meninas interrompeu, rindo.
– Ouvi dizer que ele te deu um bombom e que você iria
retribuir fazendo umas “coisinhas” pra ele! – Outra menina reproduziu um dos
boatos que ouviu.
– Nossa, você é uma baita de uma putinha, hein? – E começou
um burburinho dentro do grupo.
– Como é? – Cherrie não acreditava no que estava ouvindo. –
Parem de falar besteiras, suas restardadas! Não dá pra acreditar que vocês
estão fazendo isso só por causa de um professor que tem idade pra ser pai de
vocês e que não dá a mínima pra nenhuma de nós. Se toquem, a gente nem é
maior de idade!
– Você não entende... – Ângela disse baixinho, com a
expressão vazia.
– E nem quero entender, sua doida! Agora, se me dão licença,
eu vou pra casa! – Cherrie apertou a alça de sua mochila e saiu correndo, antes
que alguma outra garota começasse a falar.
– Tá tentando fazer uma boa ação, quatro olhos? – Rebecca
apareceu, rindo daquela situação. – Ou tá tentando tirar ela do meio do seu caminho?
Ângela fitou aquela menina pálida por alguns instantes e sem
nenhum aviso, avançou pra cima dela. Como Rebecca é praticamente osso, foi
muito fácil derrubá-la. O grupinho que seguia Ângela observava aquela situação
sem entender nada.
– E eu achando que você era uma pessoa forte... – Rebecca disse,
calma. – Mas você não mudou nada. Continua querendo impressionar aquele filho
da puta.
– E você, sua vagabunda? Continua cavando a própria cova,
querendo ficar magra e esperando ele te querer de volta.
– Pelo menos eu posso consertar o meu problema. E você, que
vai continuar a mesma merda pra sempre, com esses óculos? – Rebecca rebateu, se
levantando.
– Quando você tiver consertado o seu problema, vai estar
morta. E seus pais vão dar uma festa, por terem se livrado de uma bostinha que
nem você.
– Cala a boca, imbecil.
Com isso, Rebecca saiu andando, se esforçando para não
permitir que aquela ruiva convencida a visse chorar. Ângela voltou-se para o seu grupo, com lágrimas nos olhos e deu-lhes uma última ordem.
E Cherrie, que já estava na porta de sua casa, chorava também,
mas porque nunca se sentira tão sozinha antes, durante toda a sua vida.
~ Fim do capítulo ~